Tenho externado nos últimos dias a minha preocupação e inquietação com os processos que temos enfrentados na fiscalização. Refiro-me a muitos processos com erros absurdos e sem qualquer tipo de entendimento: caixa negativo, aplicação financeira com saldo credor, estoque com saldo credor, fornecedores com saldo devedor, impostos e provisões com saldo devedor, patrimônio líquido sem a conta de capital social, lucro líquido diferente da demonstração de resultado, balanço sem o patrimônio líquido, ativo total com saldo diferente do passivo total e por aí vai.
Isso tem me levado a sérias reflexões. Estaríamos necessitando retornar para a contabilidade básica? Os cursos de Ciências Contábeis não conseguem formar os profissionais que o mercado deseja? A diminuição dos cursos técnicos em Contabilidade tem contribuído para isso? Seria necessário remodelar as matrizes curriculares ou aumentar a carga horária dos cursos de contábeis? Seria necessário alterar a forma de ensinar?
Muitas dessas reflexões serão temas de debates no 6o Encontro Estadual dos Coordenadores e Professores de Ciências Contábeis a ser realizado na sede do CRCSC durante todo o dia 29 de outubro. Aproveito para conclamar todos os coordenadores e professores dos cursos de Ciências Contábeis para estarem presentes.
Outra reflexão que me persegue: temos viajado por todo o Estado falando também sobre as normas internacionais e observo que muitos profissionais tem pouco contato com as legislações, muitos admitem que pouco leem, o que é extremamente perigoso para a nossa profissão.
Como empresário contábil, sei das dificuldades diárias, do excesso de obrigações acessórias, do tempo escasso que temos, do tempo despendido com as diversas fiscalizações, mas temos que ler, nos envolver e vencer mais esse desafio. Caminhamos para uma unificação das demonstrações acessórias por meio do SPED e consequentemente nosso tempo tende a ser otimizado. O que esperar do profissional que não estiver preparado?
Por isso reitero que precisamos cobrar de forma justa e correta pelos nossos serviços, buscando principalmente a participação do empresário e o entendimento de ambas as responsabilidades. Nesse momento, com IFRS e principalmente com o SPED que denota várias ações da fiscalização tributária, é fundamental a participação e o envolvimento dos nossos clientes. O cliente tem que entender que precisamos andar de mãos dadas. Sei que é uma grande barreira a ser vencida, mas o empresário tem que estar atento a tudo e não esquecendo também da Lei 9.813/1998, batizada da Lei do COAF.
Vivemos um novo tempo. Estamos na era da fiscalização online, da Contabilidade online e principalmente da nova postura a ser implantada em nossos negócios, tanto por parte do empresário como do profissional da Contabilidade.
A renovação do conhecimento se faz a todo o momento.
Reflitamos sobre tudo isso.
Um abraço a todos.
Saúde e paz!
por Contador Adilson Cordeiro
Presidente do CRC/SC
Fonte: CRC/SC
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