As compras dominaram as bolsas mundiais nesta quinta-feira. Boas notícias vindas principalmente do front europeu, diante de mais medidas para conter a crise, animaram os investidores e estimularam nova rodada de recuperação dos mercados.
No Brasil, o Ibovespa subiu do início ao fim da sessão e teve o melhor pregão em um mês. O índice estendeu os ganhos de ontem ao avançar 2,50%, aos 52.290 pontos. O giro financeiro atingiu R$ 6,238 bilhões. Na semana, o Ibovespa praticamente zerou as perdas.
No mercado americano, as bolsas chegaram a derrapar no começo do dia, mas conseguiram avançar pelo terceiro pregão seguido, ainda que com apreciação mais modesta.
O índice Dow Jones subiu 1,68%, aos 11.123,33 pontos, enquanto o Nasdaq ganhou 1,88%, aos 2.506,82 pontos, e o S&P 500 teve alta de 1,83%, aos 1.164,97 pontos.
No lado externo, a Europa teve forte contribuição para o ânimo dos agentes. O Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra (BOE, na sigla em inglês) vão injetar mais liquidez no sistema financeiro, por meio de programas de compra de títulos.
Ainda na pauta do dia, o presidente da Comissão Europeia, José Durão Barroso, deu continuidade aos rumores dos últimos dias, ao afirmar que a instituição propôs uma ação coordenada para recapitalizar os bancos da região.
A chanceler alemã Angela Merkel também reiterou que os governos devem considerar reforçar o colchão financeiro dos bancos europeus, enquanto a crise da dívida soberana do continente continua.
Nos Estados Unidos, na véspera da divulgação dos dados do mercado de trabalho em setembro, os novos pedidos de seguro-desemprego no país cresceram menos que o esperado na última semana ante a anterior.
IOF
No Brasil, a movimentação do mercado também foi estimulada por informações que circularam nas mesas de operação indicando que o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para estrangeiros atuarem na bolsa, atualmente em 2%, será zerado.
Apesar do bom humor com a possibilidade, a Bovespa disse que não tem nenhuma informação sobre a eventual retirada da cobrança. O Ministério da Fazenda afirmou que não irá comentar a questão.
A alta da jornada ainda foi estimulada por coberturas de posições vendidas. “Hedge funds estão zerando posições ou mesmo começando a ficar 'comprados' (com aposta de alta)”, diz o analista.
Do ponto de vista técnico, um analista ressalta que a recuperação das bolsas nos últimos dias só será confirmada se os mercados conseguirem de fato retomar a média móvel dos 21 últimos dias.
Empresas
Diante da redução da aversão a risco, que também estimulou a demanda por commodities, as ações de maior peso do Ibovespa fecharam em alta. Petrobras PN subiu 3,51%, a R$ 18,85, com giro de R$ 513 milhões, enquanto Vale PNA ganhou 1,55%, a R$ 39,30, com volume de R$ 635 milhões.
As principais valorizações pertenceram aos papéis Gol PN (7,60%, a R$ 11,18), Klabin PN (7,48%, a R$ 5,60) e MRV ON (5,45%, a R$ 10,24).
BM&FBovespa ON também ganhou 5,34%, a R$ 9,27, em meio às especulações sobre o IOF e também com a divulgação do boletim das operações de setembro.
As maiores quedas do Ibovespa, minoria no dia, ficaram com papéis defensivos, como Light ON (-0,89%, a R$ 24,35), Brasil Telecom PN (-2,25%, a R$ 10,40) e Telemar PN (-3,01%, a R$ 17,07).
Fora do índice, ações atreladas ao petróleo mostraram forte recuperação. Destaque para a trajetória de HRT Participações em Petróleo ON (10,16%, a R$ 780,00) e QEGP Participações ON (7,43%, a R$ 15,90).
Além disso, após anunciar a compra nos Estados Unidos da fabricante de rodas automotivas Hayes Lemmerz, as ações ON da Iochpe-Maxion avançaram 14,70%, para R$ 19,50.
(Beatriz Cutait | Valor)
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