Togas no protesto contra a corrupção: apoio ao CNJ e cobrança sobre juízes suspeitos de crimes (Mauro Pimentel/AE)
Declarações de apoio ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e um voto de reprovação aos ‘bandidos de toga’ marcaram a passeata contra a corrupção no Rio de Janeiro, na tarde desta quarta-feira, 12. Se na primeira grande reunião, na Cinelândia, no mês passado, o movimento careceu de foco e propostas claras, o curto período de amadurecimento serviu para aparar arestas e fazer a manifestação ganhar corpo e consistência – mesmo com participação ainda limitada de jovens, tradicionalmente os motores das grandes marchas.
A estimativa dos organizadores é de que a manifestação reuniu 3 mil pessoas na Praia de Copacabana. A Polícia Militar acredita que metade desse contingente tenha de fato comparecido. As duas contas são imprecisas: depois de partir do Posto 4 da orla por volta das 13h40, o movimento ganhou a adesão de muita gente que estava ali inicialmente por lazer, aproveitando o calor tímido de início de primavera. O resultado foi um protesto composto por muitas famílias e, certamente, com efeito de conscientização sobre pessoas não necessariamente adeptas do ativismo.
A cobrança sobre os juízes suspeitos, investigados ou condenados por crimes foi estimulada. À frente da passeata caminharam 12 manifestantes usando togas, lembrando os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) – que são 11. Presidente do movimento Rio de Paz – um dos três grupos organizadores do ato desta quarta-feira –, Antônio Carlos Costa afirmou que representantes da versão carioca da marcha contra a corrupção pretendem estar em Brasília quando o STF for julgar a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, que deve ocorrer este mês. “Participamos de uma reunião em Brasília para organizar o movimento. Pretendemos voltar à capital para a votação da Ficha Limpa”, disse.
Além do Rio de Paz, integram a marcha o movimento 31 de Julho, o Consciência Cidadã e a Marcha Contra a Corrupção. Depois de uma saraivada de pedidos, as reivindicações da marcha ganharam objetividade. Desta vez, a pauta se resumiu a cinco itens: aprovação da Lei da Ficha Limpa, fom do voto secreto, apoio ao CNJ, transparência nos gastos públicos e combate à impunidade – principalmente contra os crimes do colarinho branco. “Todos perceberam a necessidade de dar foco, para não ficarmos dando murro no ar”, explicou o presidente do Rio de Paz.
Costa lamentou, no entanto, a baixa participação de jovens na passeata. “O povo não tem consciência do poder que tem. Existe um ceticismo muito grande em relação às nossas instituições. Minha esperança é que os que se angustiam com o que acontece no Brasil se disponham a ir às ruas. Isso inaugura uma nova fase no Brasil, caracterizada por maior controle social do Legislativo, Executivo e Judiciário”, afirmou.
Lenice Saraiva, 71 anos, moradora da Lagoa, juntou-se ao protesto. “O que me trouxe é a vontade de fazer alguma coisa para mudar essa situação. É indignação. Já esperamos demais. Devíamos convocar os gays para ajudar”, disse, fazendo uma referência à reunião de milhares de gays, lésbicas e simpatizantes no último domingo, na Praia de Copacabana.
Adolto Vianna, 62 anos, morador da Tijuca, era um exemplo de jovialidade. Estudante de direito, ele criticou a falta de jovens. “A omissão do povo é o que gera essas coisas. Os estádios de futebol, a Cidade do Rock, tudo fica lotado. Mas ninguém vem para combater essa política corrupta”, criticou, usando um nariz de palhaço e faixa com a inscrição “Políticos Ladrões, cadeia neles”.
Símbolo da marcha contra a corrupção, as vassouras verdes e amarelas estiveram presentes. Foram levadas 400 delas, vendidas a 5 reais cada – o valor de custo é de 4,40, mas o acréscimo, segundo os organizadores, facilita o troco.
Para animar a massa a estimular a adesão, não faltaram palavras de ordem, como “Não fique aí parado, você também é roubado”, “Ei, você do mensalão, não pense que esquecemos que você é o ladrão”, “Você não acreditou, o povo se uniu, agora começamos a faxina do Brasil”. Mas o que animou mesmo foi um velho e bem-humorado refrão, transformado em hino contra a roubalheira: “Se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão”, de Bezerra da Silva.
Choque de ordem – No meio do protesto, os participantes usaram a força da multidão para evitar o que consideraram um abuso. Fiscais da operação Choque de Ordem, da prefeitura, tentaram recolher uma carroça de milho verde posicionada no calçadão. A mulher que vendia o milho, desesperada, acabou salva pelos manifestantes, que expulsaram os fiscais com xingamentos e vaia, batendo ainda sobre as viaturas do Choque de Ordem. Os agentes deixaram o local sob proteção policial.
A estimativa dos organizadores é de que a manifestação reuniu 3 mil pessoas na Praia de Copacabana. A Polícia Militar acredita que metade desse contingente tenha de fato comparecido. As duas contas são imprecisas: depois de partir do Posto 4 da orla por volta das 13h40, o movimento ganhou a adesão de muita gente que estava ali inicialmente por lazer, aproveitando o calor tímido de início de primavera. O resultado foi um protesto composto por muitas famílias e, certamente, com efeito de conscientização sobre pessoas não necessariamente adeptas do ativismo.
A cobrança sobre os juízes suspeitos, investigados ou condenados por crimes foi estimulada. À frente da passeata caminharam 12 manifestantes usando togas, lembrando os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) – que são 11. Presidente do movimento Rio de Paz – um dos três grupos organizadores do ato desta quarta-feira –, Antônio Carlos Costa afirmou que representantes da versão carioca da marcha contra a corrupção pretendem estar em Brasília quando o STF for julgar a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, que deve ocorrer este mês. “Participamos de uma reunião em Brasília para organizar o movimento. Pretendemos voltar à capital para a votação da Ficha Limpa”, disse.
Além do Rio de Paz, integram a marcha o movimento 31 de Julho, o Consciência Cidadã e a Marcha Contra a Corrupção. Depois de uma saraivada de pedidos, as reivindicações da marcha ganharam objetividade. Desta vez, a pauta se resumiu a cinco itens: aprovação da Lei da Ficha Limpa, fom do voto secreto, apoio ao CNJ, transparência nos gastos públicos e combate à impunidade – principalmente contra os crimes do colarinho branco. “Todos perceberam a necessidade de dar foco, para não ficarmos dando murro no ar”, explicou o presidente do Rio de Paz.
Costa lamentou, no entanto, a baixa participação de jovens na passeata. “O povo não tem consciência do poder que tem. Existe um ceticismo muito grande em relação às nossas instituições. Minha esperança é que os que se angustiam com o que acontece no Brasil se disponham a ir às ruas. Isso inaugura uma nova fase no Brasil, caracterizada por maior controle social do Legislativo, Executivo e Judiciário”, afirmou.
Lenice Saraiva, 71 anos, moradora da Lagoa, juntou-se ao protesto. “O que me trouxe é a vontade de fazer alguma coisa para mudar essa situação. É indignação. Já esperamos demais. Devíamos convocar os gays para ajudar”, disse, fazendo uma referência à reunião de milhares de gays, lésbicas e simpatizantes no último domingo, na Praia de Copacabana.
Adolto Vianna, 62 anos, morador da Tijuca, era um exemplo de jovialidade. Estudante de direito, ele criticou a falta de jovens. “A omissão do povo é o que gera essas coisas. Os estádios de futebol, a Cidade do Rock, tudo fica lotado. Mas ninguém vem para combater essa política corrupta”, criticou, usando um nariz de palhaço e faixa com a inscrição “Políticos Ladrões, cadeia neles”.
Símbolo da marcha contra a corrupção, as vassouras verdes e amarelas estiveram presentes. Foram levadas 400 delas, vendidas a 5 reais cada – o valor de custo é de 4,40, mas o acréscimo, segundo os organizadores, facilita o troco.
Para animar a massa a estimular a adesão, não faltaram palavras de ordem, como “Não fique aí parado, você também é roubado”, “Ei, você do mensalão, não pense que esquecemos que você é o ladrão”, “Você não acreditou, o povo se uniu, agora começamos a faxina do Brasil”. Mas o que animou mesmo foi um velho e bem-humorado refrão, transformado em hino contra a roubalheira: “Se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão”, de Bezerra da Silva.
Choque de ordem – No meio do protesto, os participantes usaram a força da multidão para evitar o que consideraram um abuso. Fiscais da operação Choque de Ordem, da prefeitura, tentaram recolher uma carroça de milho verde posicionada no calçadão. A mulher que vendia o milho, desesperada, acabou salva pelos manifestantes, que expulsaram os fiscais com xingamentos e vaia, batendo ainda sobre as viaturas do Choque de Ordem. Os agentes deixaram o local sob proteção policial.
Fonte: Veja
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