O aumento da concorrência em todos os tipos de mercado é uma característica básica do mundo globalizado. Dessa maneira, as empresas precisam sistematicamente encontrar fórmulas para aumentar sua produtividade e lucratividade. E o Brasil não foge a essa regra, é claro.
Depois de ter amargado décadas de hiperinflação, endividamento e estagnação, o país vive, já há alguns anos, tempos prósperos: um período de estabilidade acompanhado por crescimento econômico sustentado. Esse movimento fez com que nos deparássemos com um cenário de crescente complexidade nos negócios, tanto no que diz respeito à legislação e regulamentação, quanto nas relações entre companhias, países e governos.
Tal situação também coloca um novo desafio para as empresas brasileiras. A questão agora não é sobreviver em um ambiente econômico inóspito, mas, sim, desempenhar um papel de destaque em território nacional e internacionalmente.
Essa é uma realidade, principalmente, para as empresas do mercado empreendedor, que reúne pequenos, médios e até grandes empreendimentos ainda pouco estruturados, e precisam de ajuda para enfrentar as complexidades da economia moderna, que cresceram em ritmo acelerado.
Diversas companhias cresceram com a economia de seus países e precisaram adaptar-se para se estabelecer em outro patamar de profissionalização, visibilidade de mercado, gestão e governança corporativa, que é exigido internacionalmente. Este é um momento característico por sua extrema complexidade, pois o nível de exigências é rígido e necessário para que as organizações sejam atraentes a clientes, fornecedores e provedores de crédito. E é nesse mercado que se encontram boas perspectivas de negócios para a cadeia produtiva, mesmo diante das atuais turbulências.
Para se ter uma ideia do potencial do mercado empreendedor, de acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), as pequenas e médias companhias representam 95% das organizações no mundo, sendo de extrema relevância para a economia brasileira e global.
Neste panorama, as PMEs representam um nicho de mercado em potencial. No Brasil, uma característica determinante desse segmento é a forte presença de empresas familiares. Esse segmento abriga exemplos promissores de organizações que elegeram a governança corporativa como estratégia de crescimento, e, como resultado, se tornaram alvos estratégicos para grandes conglomerados que buscam a consolidação em setores-chave da economia.
Essas organizações enfrentam desafios específicos, de acordo com a própria área de atuação e com suas metas de negócios. Uma companhia que busca empréstimo no BNDES para financiar seu crescimento terá de cumprir uma série de exigências do banco, em termos de demonstração financeira e governança corporativa. O mesmo acontece com aquelas que pretendem abrir capital na Bolsa ou se internacionalizar. Mas a complexidade dos negócios pode ser vista sob vários aspectos.
O Brasil, por exemplo, está realizando a convergência de suas normas contábeis às IFRS (International Financial Reporting Standards). Vivemos uma fase de transição e, naturalmente, nenhuma empresa vai parar seu departamento financeiro por um período para que os funcionários aprendam IFRS. Mas é preciso dar chance ao profissional estudar em algum momento. O e-learning é uma das boas alternativas para superar essa questão.
Nesse sentido, não restam dúvidas de que são muitos os desafios que essas empresas têm pela frente. Entretanto, enfrentá-los e sair à frente dos concorrentes certamente é uma grande vantagem competitiva.
por Eduardo Pocetti, sócio-líder da área de Mercado Emergente da KPMG no Brasil
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