segunda-feira, 10 de outubro de 2011

10/10 Investidor começa a semana com apetite a risco e Ibovespa dispara


O mercado financeiro começou a semana entusiasmado com novas oportunidades de solução à crise na Europa, que serviram de gatilho para as compras nas bolsas em todo o mundo. O feriado americano do Dia de Colombo, contudo, esvaziou os negócios e tirou uma parte do “brilho” das praças acionárias.
No Brasil, o Ibovespa mostrou valorização desde sua abertura e registrou o segundo melhor pregão do ano, só atrás do dia 9 de agosto, quando o Ibovespa subiu 5,10%.
O Ibovespa teve alta de 3,96%, aos 53.273 pontos. O giro financeiro atingiu R$ 4,972 bilhões.
No mercado americano, as bolsas também tiveram ganhos expressivos. O índice Dow Jones subiu 2,97%, para 11.433,18 pontos, enquanto o Nasdaq avançou 3,50%, para 2.566,05 pontos, e o S&P 500 se valorizou em 3,41%, aos 1.194,89 pontos.
Investidores se apegaram à esperança de que um novo plano possa ajudar a combater a crise europeia e, especificamente, o caso grego. Após reunião, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, anunciaram que, ao fim deste mês, deverão apresentar um pacote de medidas ainda não detalhadas. Naturalmente, as especulações giram em torno de uma recapitalização dos bancos.
A expectativa é de que as iniciativas estejam prontas antes do encontro do G-20 em novembro, na cidade francesa de Cannes.
Além disso, o setor financeiro foi embalado por um ponto final à situação do Dexia. Bélgica, França e Luxemburgo concordaram em ajudar o banco, a partir de garantias de financiamento da ordem de 90 bilhões de euros nos próximos 10 anos.
O governo da Bélgica vai desembolsar 4 bilhões de euros pela divisão belga de banco de varejo do Dexia. Ao mesmo tempo, dois bancos franceses - Caisse des Depots et Consignations e La Banque Postale - estão negociando apoiar a divisão francesa do Dexia. O grupo franco-belga negocia, por sua vez, a venda de sua divisão de Luxemburgo para um grupo de investidores internacionais e o governo de Luxemburgo.
O analista internacional da Cruzeiro do Sul Corretora, Jason Vieira, assinala que a um diferencial essencial da crise atual com a de 2008 está justamente calcada na menor imprevisibilidade.
Neste momento, apesar da dificuldade em se mensurar o que precisa ser feito e como serão executadas as medidas, a sensação é de que se está agindo. Neste sentido, temos uma situação um pouco menos imprevisível. A expectativa é de que vai se fazer de tudo para evitar a repetição de 2008”, assinala.
Segundo Vieira, o mercado também operou na expectativa pelo início da safra de balanços internacionais, que será aberta amanhã pela Alcoa. No Brasil, a estreia será feita pela Localiza.
Dentro do Ibovespa, os papéis avançaram em bloco, com exceção de Brasil Foods ON (0%, a R$ 32,10), Hypermarcas ON (-0,60%, a R$ 8,15) e TIM Participações ON (-1,06%, a R$ 8,40).
As maiores altas, por sua vez, partiram das ações Marfrig ON (11,11%, a R$ 7,00), Gol PN (7,65%, a R$ 11,95) e JBS ON (7,43%, a R$ 3,90).
Dentre as chamadas “blue chips”, Petrobras PN subiu 3,33%, a R$ 18,91, com giro de R$ 330 milhões, e Vale PNA ganhou 3,23%, a R$ 39,55, com volume de R$ 549 milhões.
Fora do Ibovespa, destaque para a alta de 8,92% das ações PN do UOL, cotadas a R$ 18,68. A Folhapar, controladora do UOL, decidiu elevar de R$ 17 para R$ 19 o preço oferecido pelos papéis do portal de internet na oferta pública para cancelamento do registro de companhia aberta.
(Beatriz Cutait | Valor)

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