A contabilidade brasileira conta com mais um recurso para facilitar o processo de convergência às normas internacionais: um curso gratuito de capacitação à distância a respeito das normas internacionais de contabilidade (IFRS) e das normas internacionais de auditoria independente (ISA) para professores de Ciências Contábeis das Instituições de Ensino Superior (IES) de todo o Brasil. O projeto, que tem o Ibracon – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil como executor e a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) como coexecutora, conta com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Até o momento já foram formadas 8 turmas, que juntas somam 457 participantes – mas ainda há vagas abertas. O curso é ministrado integralmente na modalidade de ensino à distância e tem seis módulos: Relatórios Financeiros; Ativo; Obrigações, Receitas, Contratos de Construção e Concessões; Grupos de Empresas e Instrumentos Financeiros; IFRS para Pequena e Média Empresa; e Normas de Auditoria. A previsão é que as aulas durem até novembro deste ano.
O total a ser liberado para o projeto é US$ 1 milhão, com contrapartidas locais de US$ 1,5 milhão, incluindo recursos financeiros e econômicos. Além das aulas, que em uma próxima etapa não serão voltadas apenas a professores, mas também, a todos os profissionais contadores e usuários de informações financeiras, o projeto tem, ainda, outras duas frentes de atuação. A primeira diz respeito à tradução e revisão de materiais e à elaboração de propostas para adoção das normas internacionais. A segunda é a elaboração de um plano de difusão das novas normas, com a realização de seminários, conferências e outros eventos que permitam atingir ampla parcela da sociedade civil para discutir a conversão das IFRS e das ISA. O debate já ocorria, mas com a liberação de recursos do BID, pode-se ampliar o número de eventos.
“A aprovação do projeto e a liberação dos recursos do BID são um reconhecimento internacional do trabalho desenvolvido pelo Brasil e revelam que estamos no caminho certo, ocupando posição relevante no debate sobre a convergência das IFRS e das normas internacionais de auditoria independente e na sua efetiva implantação no País”, comemora o presidente do Instituto, Eduardo Pocetti.
O projeto é também apoiado pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e conta com a contribuição de outras entidades parceiras, entre elas as demais instituições que fazem parte do CPC, como a Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento no Mercado de Capitais (Apimec), a Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) e a BM&FBovespa e a Fundação de Apoio ao Comitê de Pronunciamentos Contábeis (FACPC). “Todos tiveram papel fundamental no desenvolvimento do projeto, com um objetivo comum, que é o processo de convergência das IFRS. As normas internacionais de contabilidade já são uma realidade para inúmeras companhias do País, então o grande desafio agora é preparar as demais empresas e seus profissionais para adotar esse padrão.”, diz Pocetti.
Sobre a educação e capacitação professores das IES e, posteriormente, dos profissionais das áreas de contabilidade e auditoria, Pocetti explica que “é fundamental não só para a continuidade do processo de implantação das IFRS, mas para garantir que elas sejam aplicadas corretamente no decorrer dos próximos anos. “Às empresas, instituições e órgãos representantes da categoria cabem atrair os jovens para as oportunidades que a carreira contábil propicia. Já às instituições de ensino e seus professores há o grande desafio de manter-se atualizados para atender à dinâmica realidade do mercado e contribuir para que os profissionais estejam aptos tecnicamente a ocupar vagas neste mercado que é um dos que mais demanda. Para isso, é fundamental contarmos com profissionais e instituições de ensino realmente capazes a dar conta desses desafios”, finaliza.
O projeto de convergência às normas internacionais de auditoria emitidas pelo Iasb e pela International Federation of Accountants (Ifac) começou em 2006, com o Ibracon, o CFC e o CPC. “Era um trabalho imenso, então percebemos que seria necessário apoio e investimento e começamos a discutir com o BID, em 2007, uma linha de financiamento do Fundo Multilateral de Investimentos (Fumin), específica para a convergência às normas internacionais de contabilidade e auditoria. Antes mesmo da aprovação, demos início a diversas atividades previstas como contrapartidas no projeto e o BID está reconhecendo parte disso agora, tanto do ponto de vista de resultados, quanto da aplicação de recursos financeiros e econômicos”, recorda Marco Aurelio Fuchida, superintendente geral do Ibracon.
Para conhecer mais o projeto BID, clique aqui.
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