O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e a Associação Interamericana de Contabilidade (AIC) assinaram convênio de cooperação institucional, em setembro de 2013, formalizando o reingresso do CFC como organismo patrocinador da AIC, “com a finalidade de fazer com que ambas as instituições trabalhem, de forma conjunta, na integração dos contadores da América, para buscar sua superação, apoio e desenvolvimento profissional, científico e acadêmico”. Durante a XXX Conferência da AIC, realizada em dezembro de 2013, a ex-presidente do CFC e atual presidente da Academia Brasileira de Ciências Contábeis (Abracicon), Maria Clara Cavalcante Bugarim, foi eleita vice-presidente de Relações Institucionais da AIC, e o ex-presidente do CFC e atual presidente da Fundação Brasileira de Contabilidade (FBC), Juarez Domingues Carneiro, foi designado diretor nacional da Associação.
Na entrevista a seguir, o presidente da AIC, Gustavo Gil Gil, fala sobre o reingresso do Brasil na AIC, expõe os planos da Associação e apresenta o panorama da profissão contábil na América Latina:
Em setembro de 2013, o CFC e a Associação Interamericana de Contabilidade (AIC) assinaram convênio de cooperação institucional, mediante o qual o CFC formalizou o seu reingresso como organismo patrocinador da AIC. Qual é a importância da presença do CFC na Associação Interamericana de Contabilidade?
Gustavo Gil Gil – A presença e a contribuição do Brasil na Associação Interamericana de Contabilidade (AIC), por meio do CFC, são de suma importância para que a AIC possa cumprir fielmente a sua missão de integrar e representar todos os contadores da América e buscar a superação e o desenvolvimento profissional, científico e acadêmico, mediante uma formação integral e humanitária, dentro de um intercâmbio de fraternal convivência.
A única maneira de a AIC se constituir verdadeiramente uma voz forte e coerente em todo o continente americano é contar, em seu seio, com todos os países da região, especialmente com aqueles em que a profissão é mais representativa, como é o caso do Brasil, que conta com cerca de quinhentos mil profissionais.
Em geral, como está a profissão contábil na América Latina?
Gil – Após a profunda crise pela qual passou a Associação Interamericana de Contabilidade, que teve o seu ápice no ano de 2009, consideramos que atualmente a entidade se encontra em pleno processo de fortalecimento e recuperação ampla da confiança pública. Agora, mais que nunca, a profissão contábil na região americana está trabalhando de maneira coordenada e transparente com todos os organismos internacionais que se preocupam com os afazeres e a hierarquização dos contadores. Todos os países da região estão percorrendo o caminho em direção à convergência de normas internacionais de contabilidade, auditoria, ética, educação, setor público, controle de qualidade e certificação.
Qual é o estado atual, a visão e os principais desafios da AIC?
Gil – O estado atual, a visão e os principais desafios são: continuar impulsionando uma profissão forte e coerente na América Latina, que lhe permita fornecer serviços da mais alta qualidade à sociedade e aos usuários; promover o desenvolvimento integral dos contabilistas, estimulando a sua superação e a elevação constante da sua formação profissional, promovendo e colocando em prática as mais altas normas de conduta, princípios e valores éticos da profissão; e fortalecer as Comissões Técnicas para que elas trabalhem em áreas de grande importância, como a de melhorar a imagem do contador, formação e desenvolvimento profissional contínuo, controle de qualidade, credenciamento e certificação profissional. Também queremos continuar promovendo, conjuntamente com os organismos internacionais que regem a profissão contábil, a adoção e aplicação plena das normas internacionais (emitidas pela International Federation of Accountants – Ifac e pelo International Accounting Standards Board – Iasb). Outra prioridade de nossa parte será ampliar a colaboração entre as instituições educacionais e os educadores, buscando o desenvolvimento e o intercâmbio de experiências entre os docentes universitários da região.
Quais são os principais projetos do plano de trabalho de 2014 da AIC?
Gil – A AIC conta com um plano estratégico institucional para o período 2013-2017, do qual decorre o plano de trabalho para o biênio 2013-2015, e está sustentado em seis metas que, de maneira resumida, cito a seguir:
- consolidar a AIC como organismo líder e representativo da região;
- promover a participação direta da AIC no processo de desenvolvimento de normas e pronunciamentos técnicos emitidos pela Ifac;
- estabelecer um sistema de monitoramento que permita fazer um seguimento, avaliação e controle do cumprimento das responsabilidades e compromissos de todos os órgãos da AIC, incluindo a Junta de Governo, o Comitê Executivo, os Diretores Nacionais, as Comissões Técnicas Interamericanas e os Organismos Patrocinadores;
- fortalecer a imagem corporativa institucional da AIC;
- buscar a participação ativa de Organismos Patrocinadores e Aderentes de todos os países da região; e
- estabelecer a sede permanente da AIC e fortalecer as suas finanças.
A AIC tem participado do processo de aplicação das normas internacionais de informação contábil e auditoria nas Américas? De que forma?
Gil – A AIC, no seu papel de representar as Américas perante os organismos internacionais, vem trabalhando e apoiando os países da região para que eles cumpram o Programa de Declaração de Obrigações dos Membros da Ifac (DOM/SMO), por meio da apresentação oportuna dos seus planos de ação.
Toda vez que a profissão contábil estiver sendo regulamentada pela Ifac e pelo Iasb, como os organismos internacionais emissores das normas internacionais de informação contábil e auditoria, o enfoque do serviço e a responsabilidade da AIC é, principalmente, servir como facilitador dos organismos patrocinadores (agremiações nacionais), para assisti-los na adoção e fiel cumprimento desses padrões mundiais, ou seja, apoiá-los nos seus processos de convergência das normas internacionais.
Fonte: CFC
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