Redução dos juros deve derrubar alto índice de atraso maior que três meses
O ciclo de alta na inadimplência do consumidor pode estar perto do fim. Apesar de ter subido de 7,8% em abril para 8% em maio – maior nível desde novembro de 2009, em plena crise internacional –, os atrasos de pagamentos acima de 90 dias devem desacelerar em razão dos juros em queda e do resfriamento da economia.
Mesmo assim, com elevação de 1,6 ponto percentual em 12 meses, os calotes têm causado preocupação. Instituições financeiras estariam dificultando, por exemplo, o financiamento de automóveis diante da elevação no risco. O governo decidiu acompanhar a inadimplência de forma mais ampla: o Banco Central passou a exigir que cooperativas de crédito e pequenas financeiras informem a situação de empréstimos a partir de R$ 1 mil – até a semana passada, comunicavam só operações acima de R$ 5 mil.
Para economistas, há motivos para que os calotes comecem a cair neste segundo semestre. Uma das razões é a queda generalizada – embora ainda discreta – dos juros em empréstimos e financiamentos. O ex-diretor do BC e economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas, explica que as taxas menores trarão ao consumidor mais facilidade para pagar em dia as contas assumidas a partir de maio. “Os juros já estão menores, e há um crescimento da massa salarial. É um cenário favorável à queda da inadimplência.”
Além disso, o pé no freio dos consumidores nos últimos meses deverá refletir em menos atrasos daqui para frente, acrescenta Carlos Henrique de Almeida, economista da Serasa Experian, consultoria especializada em análise de crédito. No primeiro semestre, a economia brasileira cresceu apenas 0,2%, o que indica menos produção, vendas e, por conse- quência, contração de dívidas.
Fonte: A Notícia
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