Volatilidade da moeda americana dificulta projeções, mas atuação do Banco Central deverá inibir novas altas.
A forte volatilidade do dólar comercial nos últimos dias dificulta a previsão de como será o movimento do câmbio na próxima semana. No entanto, há uma certeza: se o Banco Central (BC) continuar atuando, a trajetória deverá ser de queda.
O dólar comercial encerrou a semana com queda acumulada de 1,19%, apoiado em cinco leilões de swap cambial do Banco Central em quatro sessões, totalizando mais de US$ 4,7 bilhões em contratos.
"Nós chegamos num ponto que está claro que essa queda teve a ver com as intervenções recorrentes do BC", explicou o economista da BGC Liquidez, Alfredo Barbutti. "A alta até agora foi um movimento mais especulativo do que fundamentado", acrescentou.
Com as atuações, a autoridade monetária deixou claro que irá intervir para inibir especulações e manter a taxa em um patamar que ela considera confortável.
A moeda americana terminou a sexta-feira (25/5) cotada a R$ 1,993 na compra e R$ 1,995 na venda, com queda de 1,67%. E a expectativa é de que ela continue em torno deste patamar, se não mais baixa.
Para Darwin Dib, economista sênior da CM Capital Markets, é "óbvio" que a taxa vai cair, se não houver um grande choque no mercado internacional e o consequente aumento da cautela.
"Nos leilões do BC, não teve colocação de mais de 50% dos contratos ofertados. Isso significa que o próprio operador que está defendendo o câmbio a R$ 2 não acredita que vai permanecer nesse nível. Porque se ele acreditasse, iria ter mais demanda", avaliou Dib.
Em relação à atuação do Banco Central, há controvérsias sobre quais serão os movimentos na próxima semana.
Segundo Barbutti, se o mercado tentar puxar o dólar novamente acima de R$ 2, o BC continuará intervindo. Porém, é provável que ele dê uma trégua e veja como o mercado irá reagir.
"Na segunda será feriado nos Estados Unidos e ele não deve atuar. Ele pode aproveitar e não atuar também na terça e na quarta, para ver para onde o câmbio vai", diz.
Pânico
Essas projeções, no entanto, consideram que não haja um choque no mercado internacional, o que aconteceria caso houvesse a retirada da Grécia da Zona do Euro de uma forma desordenada, por exemplo.
Nesse caso, o câmbio teria força para subir muito acima de R$ 2, inclusive até R$ 2,40 no médio prazo, conforme apontado por Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria.
por Giulia Camillo
Fonte: Brasil Econômico
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