Resumo: Apresenta-se uma resumida análise sobre a teoria geral dos custos, no que diz respeito ao seu teorema e princípios, com o fim de contribuir para uma interpretação técnica contábil da formação dos preços e de uma gestão contemporânea dos controles internos de custos, à luz de uma nova doutrina deste signatário: Contabilidade de Custos, Juruá Editora, 2019.
1. Introdução:
Justifica-se esta abordagem pela necessidade de um espancamento e clarificação científica das principais questões vinculadas à teoria geral dos custos, que junto com a teoria da essência sobre a forma, e a teoria geral do fundo de comércio, formam o conjunto das teorias auxiliares, a teoria pura da contabilidade, que envolve a apreciação dos conteúdos científicos da contabilidade.
2. Desenvolvimento:
Uma teoria é um conhecimento meramente racional e científico, oriundo da opinião de um estudioso no assunto. A teoria geral dos custos consagrou-se como sendo um conjunto de conhecimentos que apresentam uma sistematização e credibilidade, os quais se propõem a explicar, elucidar ou interpretar os fenômenos das impulsões patrimoniais que formam o custo de produtos, bens ou serviços.
A teoria geral dos custos está voltada ao estudo, análise e interpretação dos custos de produção.
A doutrina[2] especializada em custos, assegura que:
As dez leis ou lógicas que regulam a teoria geral dos custos são:
- Quanto maior a produção da quantidade de bens, maior será o consumo dos custos variáveis;
- Os gastos com os custos fixos existem independentemente da quantidade de bens produzidos. Sem embargos a esta máxima, avulta o paradoxo, de que quando maior for a quantidade de bens produzidos, menor será a participação dos custos fixos na formação dos preços de custo dos produtos.
- Os gastos não vinculados a produção de bens ou a prestação de serviços, inclusive despesas e desperdícios; não podem influenciar a formação do preço de custo;
- Todo o procedimento de just in time [3], diminuem a exposição de capital[4];
- Toda a forma de economia de escala[5], gera aumento da remuneração do investimento na produção de bens ou serviços.
- A recuperação dos investimentos em máquinas, equipamentos ou bens intangíveis, se dá pela depreciação e amortização (fundos de reintegração do ativo), e a remuneração do capital investido em bens tangíveis ou intangíveis, se dá pelo lucro.
- A geração de lucro ou prejuízo pela venda de produtos ou serviços é um fenômeno patrimonial diverso da geração de caixa, portanto, não se confunde o lucro da operação como a geração de caixa. Pode existir lucro sem a geração de caixa, assim como, o inverso também é factível. Sendo que o lucro existe a partir do volume de produção e vendas superior ao ponto de equilíbrio econômico
- O equilíbrio financeiro, existe somente a partir do volume de produção e vendas, superior ao ponto de equilíbrio financeiro.
- Quanto maior for a rapidez do giro dos estoques e contas a receber, menor a necessidade de investimento em capital circulante, o contrário também é verdadeiro, quanto maior o prazo de giro de estoques e das contas a receber, maior a necessidade de capital circulante.
- Quanto maior o giro das contas a pagar vinculadas aos estoques, menor a necessidade de capital circulante, o contrário também é verdadeiro.
Um conceito no âmbito da teoria geral dos custos, é a representação do sentido e alcance de um vocábulo, em vernáculo, por meio de suas características gerais, tais como: a ideia e a significação. Logo, é o resultado da apreciação de uma coisa.
Como esta lecionado na doutrina[6], para uma boa compreensão da teoria geral dos custos, é preciso ter bem claro a destinação das seguintes categorias contábeis:
- “Gasto – é toda forma de aquisição de bens, serviços e de provisionamento ou pagamento de tributos de contribuições sociais. Portanto, todo desembolso ou promessa de desembolso.
- Desembolso – é o ato de pagar os gastos.
- Despesa – é toda forma de aquisição de bens, serviços necessários e vinculados à obtenção da receita.
- Custo – é toda forma de aquisição de bens, serviços e transformação de matéria-prima em produto ou mercadoria, desde que vinculados à produção de bens ou serviços.
- Perdas – representa o consumo involuntário, decorrentes de situações excepcionais e anormais, como roubo, incêndio fraudes e corrupções.
- Desperdícios – representa os gastos de ativos, ou a geração de despesas realizadas de forma a não atender o princípio da eficiência, são consumos que não agregam valor, como, por exemplo, um mal dimensionamento na utilização das matérias-primas e máquinas. Ou demorar uma hora para fazer um trabalho que pode ser feito em 10 minutos, isso reflete em um desperdício. A eficiência na gestão dos recursos, capital e trabalho, é essencial para se evitar o desperdício.
Diante deste aporte conceitual, é possível concluir que a aquisição a prazo de matéria-prima, é um gasto que deve ser contabilizado no ativo como estoque, e o seu pagamento representa um desembolso, e o seu consumo na produção de bens, é um custo direto variável e um fato patrimonial permutativo, estoque de produtos em elaboração que antecede o estoque de produtos acabados.”
O teorema da teoria geral dos custos, componente matemático da teoria, sustenta que existe uma prova matemática contábil do preço do custo, o qual é representado pela soma dos gastos realizados para a obtenção do produto ou da prestação de serviços.
Custo de produção = Custos variáveis + custos fixos
3.Considerações finais
A proposta deste artigo foi a de colocar luz inicial sobre o tema basilar, teoria geral dos custos, que comanda a moderna criação e a interpretação dos controles internos vinculados à gestão de custo.
Os conhecimentos da teoria geral dos custos estão entre os mais importantes e avançados na formação primária dos contadores, no que diz respeito à sua função orientativa de seus clientes, e podem ser explicados pela doutrina, que é utilizada no enfrentamento das questões que envolvem uma solução contábil dos pontos vinculadas à gestão de custos.
E por derradeiro, devem as premissas estabelecidas para uma consultoria em custos, se submeterem ao crivo da lógica contábil, da ciência e da filosofia.
[1] Mestre em ciência jurídica, bacharel em ciências contábeis, arbitralista, mestre em direito, perito-contador, auditor, consultor empresarial, palestrante, especialista em avaliação de sociedades empresárias, escritor e pesquisador de matéria contábil, professor doutrinador de perícia contábil, direito contábil e de empresas em cursos de pós-graduação de várias instituições de ensino. Informações sobre o autor e suas obras podem ser obtidas em: http://www.jurua.com.br/shop_search.asp?Onde=GERAL&Texto=zappa+hoog. Currículo Lattes em: http://lattes.cnpq.br/8419053335214376 . E-mail: wilson@zappahoog.com.br.
[2] HOOG, Wilson A. Z. Teoria Geral dos Custos. Curitiba: Juruá Editora, 2019.
[3] JUST IN TIME – suprimento do estoque em sintonia à demanda.
[4] EXPOSIÇÃO DE CAPITAL – é o modo pelo qual o capital representado pelas movimentações ou equivalentes de caixa se expõe, por insuficiência de cobertura, ou seja, de encaixe. Tempo durante o qual se tem falta de capital de giro. Soma das cargas de desembolso sem o correspondente embolso de capitais.
[5] ECONOMIA DE ESCALA – na língua inglesa diz-se “economy of scale”, e diz-se daquilo que gera a contenção de gastos em uma grandeza industrial ou comercial, que representa toda a forma de aumento de eficiência acompanhada de uma expansão na produção ou na sequência ordenada de fabricação e venda de bens ou serviços, causando redução de investimento em ativos permanentes, custo de produção ou de despesa de comercialização. Logo, implica a diminuição do custo unitário de produção, decorrente da economia gerada na expansão da escala de produção ou diminuição nas despesas de vendas. A utilização de dois ou três turnos de trabalhos, as compras diretas de matérias-primas eliminando os intermediários, a troca de máquinas por outras de tecnologia mais aprimorada, a comercialização de subprodutos, entre outros aspectos, pode, quiçá, gerar a desejada economia de escala. Na hipótese de uma ineficiência econômica gerada no aumento da produção ou no volume de vendas, que cria um aumento de custo e despesas de vendas, ou o simples aumento de produção, sem o consequente aumento de venda, diz-se deseconomia de escala.
[6] HOOG, Wilson A. Z. Teoria Geral dos Custos. Curitiba: Juruá Editora, 2019.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
HOOG, Wilson Alberto Zappa. Contabilidade de Custo. Curitiba: Juruá, 2019.
Fonte: Zappahoog.com.br/
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