quinta-feira, 30 de março de 2017

Há discrepância de valor da auditoria interna e empresa

As auditorias internas podem não estar entregando resultados que não estão necessariamente de acordo com o que as organizações esperam. Essa é a principal conclusão do estudo “A busca de valor por meio da auditoria interna” realizado pela KPMG com empresas do mundo todo, inclusive do Brasil. As constatações da pesquisa chamam a atenção para uma discrepância de valor entre o que os presidentes dos comitês de auditoria e os diretores financeiros identificam como prioridades e o que eles estão recebendo da área de auditoria interna.

Segundo o levantamento, que buscou examinar o que a auditoria interna está proporcionando de informações às empresas versus o que as empresas considerariam valioso, as maiores discrepâncias se relacionavam ao risco e à geração sustentável de lucro. O estudo indicou que 22% dos entrevistados responderam que recebem apoio para avaliar os riscos e as práticas de gerenciamento de riscos atualmente, mas 57% disseram que seria mais valioso receber tal apoio. Com relação às informações referentes à perspectiva abalizada sobre os riscos emergentes, 5% dos pesquisados disseram que recebem esses dados, enquanto 36% deles esperam a entrega dos mesmos. Com relação ao foco na geração sustentável de lucro, 33% dos entrevistados apontaram que recebem insights quanto às melhorias no aperfeiçoamento dos controles internos que contribuam para a redução de perdas e de custos, contra 41% deles que desejam receber tais contribuições.

“A pesquisa reflete uma necessidade de mudança no perfil do auditor interno imposta pela reformulação na forma como as organizações estão fazendo gestão e operando no mercado e também pelo ambiente regulatório, pelos riscos emergentes e desafios tecnológicos. Uma realidade das companhias globais e inclusive brasileiras, onde algumas empresas ainda não estão endereçando esses desafios. Dessa forma, ele precisa acompanhar o modelo de negócio em constante mudança”, explica o sócio da KPMG, Sandro Silva.

O estudo identificou também as cinco principais habilidades necessárias para os profissionais de auditoria interna: comunicação (67%), habilidades tecnológicas (62%), pensamento e julgamento crítico (52%), entendimento dos mercados globais (48%) e entendimento de análise de dados (39%). Questionados sobre o quanto importantes são os itens entregues, os entrevistados apontaram a realização de auditorias eficazes e eficientes como o principal deles (71%). Na sequência, eles elegeram o impacto mensurável (63%), qualidade dos relatórios de auditoria interna (52%), comprometimento/excelência técnica/qualidade (44%), profissionais com as qualificações adequadas (41%), padrões claros/ferramentas robustas (35%).

“O perfil do auditor interno mudou e ele tem o desafio de expandir o nível de atuação e enxergar coisas que não tinham que se preocupar no passado. Antes, ele tinha uma visão mais restrita aos negócios, mas hoje precisa ser mais abrangente voltada para o negócio como um todo. Exige-se um posicionamento mais estratégico que dê apoio ao conselho de administração e ao comitê de auditoria, como preconizado nas boas práticas de governança corporativa, e que ajude na avaliação de riscos regulatórios, concorrência, tecnológico e geopolítico, controle interno e compliance. Além disso, precisa ser mais proativo, estar mais próximo para entender o que os conselheiros necessitam em termos de informação”, finaliza.

Fonte: KPMG
Via ANEFAC

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