quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Adoção Dos Novos Padrões De Contabilidade Na Administração Pública Sob A Perspectiva Do Ativo Imobilizado: Estudo De Caso Do Processo De Convergência No Governo Do Estado Do Espírito Santo

Desde 2007 a administração pública no Brasil passa por um processo de convergência aos novos padrões de contabilidade, que inicialmente visam o fortalecimento da contabilidade por competência, mas que no longo prazo tem como objetivo convergir às normas internacionais de contabilidade aplicadas ao setor público. Pode-se considerar que esse processo de convergência já se iniciou quando o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) publicou a Resolução nº 1.111/2007, que aprovou o Apêndice II da Resolução CFC nº 750/93, dando maior esclarecimento sobre o conteúdo e abrangência dos Princípios de Contabilidade sob a perspectiva do Setor Público, seguido de diversas ações por parte do CFC e entidades integrantes do Governo Federal. Dessa forma, com foco no ativo imobilizado e tendo por base a revisão teórica e os normativos legais aplicáveis, o presente trabalho tem como objetivo dissertar sobre os principais controles necessários para a gestão, mensuração e evidenciação do ativo imobilizado no setor público sob a ótica do regime de competência e apresentar as principais etapas desse processo de convergência, baseado no estudo de caso do processo de convergência no Governo do Estado do Espírito Santo. Neste sentido, foram mapeadas as principais variáveis a serem controladas de modo que seja possível a realização dos registros contábeis em atendimento às normas contábeis, bem como permitir o adequado controle físico dos bens. E, a partir de normativos e documentos elaborados pelos órgãos que lideraram o processo, são elencadas as principais ações desenvolvidas pelo Poder Executivo do Governo do Estado do Espírito Santo a partir de 2009 e as etapas percorridas nesse processo, que incluem inclusive a realização inicial de inventários físicos dos bens para somente então passar para as atividades de atualização de valores e respectivos ajustes na contabilidade e reconhecimento da depreciação. O estudo de caso finaliza listando as principais etapas do processo, embora ainda existam etapas a serem concluídas pelo Estado, tais como inventariar, mensurar e evidenciar todos os bens de uso comum do povo que atendam aos critérios de reconhecimento no ativo imobilizado, bem como apurar sua depreciação e estender o reconhecimento da depreciação a todos os órgãos e entidades. Portanto, conclui-se que o processo de convergência no que se refere ao ativo imobilizado requer investimentos em sistemas informatizados de controle de bens, na capacitação e remuneração de equipes técnicas, no levantamento de todo o acervo patrimonial existente e no ajuste desse a valor justo, visto que não era prática o reconhecimento da depreciação. Por fim, essa convergência, requer também a participação de equipes multidisciplinares e vai além de um processo meramente contábil, resultando na melhoria da gestão patrimonial. E conforme a administração pública avançar nesse processo e o reconhecimento sistemático da depreciação for adotado para todo o imobilizado, será possível avaliar o nível de obsolescência desses bens, permitindo à sociedade ter mais um indicador para avaliação da gestão do patrimônio público.

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por Gilmar Hartwig

Fonte: CFC

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