sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Carf começa a analisar cobrança de IR sobre desmutualização da Bovespa

Pela primeira vez, a 1ª Turma da Câmara Superior do Carf começou a analisar se o processo de desmutualização da Bovespa gerou ganho de capital às companhias que, até então, detinham títulos patrimoniais da entidade.

O placar, até agora, conta com dois votos desfavoráveis ao contribuinte, mas o julgamento foi suspenso por pedido de vista a conselheira Cristiane Silva Costa. O caso deve voltar à pauta na próxima sessão da 1ª Turma da Câmara Superior, a ser realizada em outubro.

A desmutualização define o processo de transformação da Bovespa em 2007, quando a entidade deixou de ser uma associação e passou a ser uma sociedade empresarial anônima. Com a alteração, as corretoras de valores deixaram de ter títulos patrimoniais e passaram a ter ações da entidade.

A Câmara Superior deverá decidir, no Processo 16327.000002/2010-36, se a operação gerou ganho de capital às corretoras. O fato levaria à necessidade de recolhimento de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e CSLL.

Foram proferidos dois votos até agora – ambos mantendo a exigência dos tributos contra o Bradesco Corretora de Títulos e Valores Mobiliários. O relator do caso, conselheiro André Mendes de Moura, questionou a forma como a desmutualização foi feita, e entendeu ter havido ganho de capital.

Segundo ele, a Bovespa tratou a operação como sendo uma cisão, quando deveria ter sido realizada a extinção da associação. No último caso, diferentemente da troca de títulos, o caminho seria a devolução do patrimônio da entidade aos associados. Votou da mesma forma a conselheira Adriana Gomes Rêgo.

Pis e Cofins
A desmutualização também foi assunto de recentes julgados da 3ª Turma da Câmara Superior, que analisa questionamentos contra a cobrança de PIS e Cofins.

O colegiado tem entendido pela incidência das contribuições nos casos em que as corretoras revenderam as ações logo após a desmutualização. Bancos comerciais, por outro lado, não seriam obrigados a pagar os tributos.

Fonte: Jota

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