terça-feira, 30 de setembro de 2014

30/09 Estruturas impõem alto investimento

Uma das preocupações é fornecer novas tecnologias que facilitem o relacionamento entre escritórios contábeis e clientes

Os investimentos em tecnologias para suportar os avanços de modernas práticas de contabilidade são cada vez maiores nas empresas brasileiras. Só para implementação dos padrões contábeis da International Reporting Financial Standards (IFRS), várias empresas investiram mais de R$ 500 mil, no levantamento de informações, identificação dos recursos internos, treinamento e capacitação de funcionários, produção de informações comparativas e implantação de sistemas de Tecnologia da Informação (TI).

"Nosso investimento em tecnologia é contínuo para que possamos continuar crescendo de forma estruturada e com controles eficientes para garantir informação de qualidade para todos os usuários das demonstrações financeiras", destaca Jaime Rebelo, diretor-executivo de Finanças & Relações com Investidores da Multiplus, uma rede de fidelização composta por diversas empresas e programas de fidelidade, criada em 2009 pelo Grupo TAM.

Não é sem razão, segundo ele. O volume de informação exigida para divulgação das demonstrações financeiras aumentou significativamente e vem demandando mais recursos em tecnologia. No caso da Multiplus, adianta Rebelo, com o IPO feito em 2010, a empresa não precisou realizar investimentos adicionais em TI, "pois já nascemos dentro da IFRS". Mas a empresa modificou sua estrutura. Criou uma área de controles internos que tem como foco principal garantir a certificação SOX (Sarbanes-Oxley) para suportar todas as áreas da companhia no entendimento dos processos e criação de controles para mitigar os riscos inerentes à operação.

A companhia também adquiriu os serviços de auditores externos e independentes para validar suas demonstrações financeiras. No início deste ano, contratou uma nova consultoria para manter o alinhamento dos processos de auditoria e atuar dentro das melhores práticas de governança corporativa. Para ampliar a transparência no processo de prestação de contas e melhorar a divulgação, publicou seu Relatório Anual e de Sustentabilidade de acordo com as diretrizes da Global Reporting Iniciative (GRI). "As demonstrações financeiras estão mais informativas, permitindo a análise e projeções mais assertivas", diz Rebelo.

Nesse esforço de migração para os novos padrões de contabilidade transparente, as empresas brasileiras buscam o apoio dos fornecedores de software e serviços especializados de auditoria e tributação. A alemã SAP, fornecedora global de software, desenvolveu no seu laboratório em São Leopoldo (RS), junto com clientes e parceiros de soluções fiscais, uma solução de gestão tributária específica para o mercado brasileiro. Trata-se da Tax Declaration Framework for Brazil 1.0 (TDF), baseada na plataforma SAP HANA, que visa manter em um único repositório todas as informações contábeis de uma organização, independente de sua origem. "O investimento da SAP para o desenvolvimento da solução reforça nossa estratégia de inovação e mostra a importância do mercado brasileiro para a companhia", afirma Bruno Ogusuko, gerente de desenvolvimento de negócios SPED/NFE. Segundo ele, a solução facilita o cumprimento de obrigações legais e aumenta a produtividade na área tributária, mantendo em sintonia a conformidade dos processos com a complexa e extensa legislação em vigor no Brasil.

Uma das preocupações é fornecer novas tecnologias que facilitem o relacionamento entre escritórios contábeis e clientes. Segundo o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), são mais de 480 mil contadores e cerca de 80 mil empresários contábeis no País. Tendo em vista esse mercado, a IOB, uma empresa do Grupo Sage, provedor de soluções em software e informações, com mais de seis milhões de clientes no mundo, lançou o "IOB Simulador Tributário", que permite simular as operações de saídas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), de produtos que estão sujeitos à substituição tributária, de nove Estados brasileiros. É uma solução no sentido de compliance e suporte à tomada de decisão empresarial, que evita erros, multas e melhora muito a qualidade da informação", diz Elton Donato, diretor da IOB.

A paulista Zetrasoft apostou num sistema que faz a gestão da margem consignável, o eConsig, e busca a transparência na gestão pública e privada. O software, segundo Rose Araújo, vice-presidente da Zetrasoft, tem mais de 200 clientes no Brasil e processa mais de 50% do mercado de crédito consignado do País, além de realizar cinco milhões de descontos nas folhas de pagamentos de empresas públicas e privadas. Este ano, a empresa lançou o ZoomRH, um sistema de gestão de despesas de pessoal que oferece ferramentas para acompanhamento, auditoria e evolução do comportamento das despesas de folha de pagamento e auxilia o gestor no cumprimento dos limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Fonte: Valor Econômico
Via Contmatic

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