quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

O Contador como Consultor de Negócios

Muito se tem falado e escrito sobre disruptura, marketing digital, inteligência artificial, computação cognitiva etc. Os assuntos estão nas palestras e entrevistas dos gurus, na literatura de negócios, nas salas de aula das universidades e nas reuniões das empresas. Organizações contábeis na web surgiram faturando mais que centenas de escritórios juntos. Será o fim da atividade?

Mas muito já se preconizou sobre o fim da atividade contábil, primeiro com o advento dos computadores, posteriormente com o surgimento dos ERP´s, depois com o aumento das informações disponíveis na internet e consultores financeiros orientando investidores usando outros meios e não somente as demonstrações contábeis, além do aumento da digitalização e automatização dos órgãos públicos

Contadores são resilientes, se adaptam as novas demandas e continuam desenvolvendo um papel importante para o crescimento e desenvolvimento das empresas e a contabilidade é a linguagem internacional dos negócios com o advento do IFRS ou normas internacionais de contabilidade.

Não obstante, o negócio como conhecemos hoje tende a mudar porque a geração digital, aquela que “nasceu com o computador nas mãos” está entrando para o mundo empresarial e assumindo papeis de liderança nas organizações e para estes o valor da contabilidade será o que esta gerar de valor adicionado para o negócio.

Como geramos valor ao negócio? Através de informações que apoiem o processo decisório dos empreendedores, gestores e executivos que lideram os negócios.

Os dados estão a nossa disposição através da contabilização dos eventos e transações das empresas para qual trabalhamos ou prestamos serviços. É necessário transformá-los em informações que podemos fazê-los, entre outros caminhos, através dos indicadores contábeis em um primeiro momento e posteriormente com a integração entre estes indicadores e outros operacionais.

Estamos abrindo mão de uma atividade que denomino de consultor de negócios contábeis, profissionais com formação contábil que apoiam os pequenos e médios empresários, já que as grandes empresas têm nas suas estruturas a Controladoria, com respostas comparativas sobre como estamos e o que precisamos para continuarmos crescendo, ou mesmo, o que precisamos fazer para reverter os atuais resultados ruins, onde devemos focar os esforços primeiro?

As empresas têm seu foco principalmente nas vendas e os consumidores e outros stakeholders querem produtos funcionais, preço justo, entrega rápida, transparência, ética, empresas socialmente responsáveis etc. Será que as empresas estão entregando tudo isto, tendo rentabilidade e gerando fluxo de caixa? Algumas questões a contabilidade responde através de indicadores próprios, por exemplo medindo volume de devolução sobre faturamento, margem bruta e margem líquida ou a geração do caixa das atividades operacionais através da Demonstração de Fluxo de Caixa – DFC

O contador pode entregar juntamente com o balancete, ou com as demonstrações contábeis, um conjunto de análises agregando valor ao relatório e agregando valor ao seu próprio negócio. No artigo “PMES: Gerindo por Indicadores e Antecipando Problemas e Oportunidades” abordamos alguns destes indicadores: http://www.essenciasobreaforma.com.br/colunistas_base.php?id=464

O Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo percebeu a alguns anos a força do treinamento como elemento de mudança e como agregar valor à profissão, e entre os cursos um versa sobre o Relatório Gerencial que tem como finalidade o uso das informações contábeis para o processo decisório.

Em verdade, mais uma vez teremos que sair da zona de conforto e apresentarmos aos nossos clientes soluções que agregam valor aos seus negócios, além do calculo de impostos e outras questões que somos intermediários entre a empresa e o Fisco.

Estamos competindo com a tecnologia. É uma luta inglória e, portanto, o novo papel do contador é essencial, porque o IBM Watson pode e “nenhum ser humano pode ler, ver, sentir, ouvir e interpretar todos os dados que têm influência no seu trabalho e na sua profissão”, como afirma a propaganda, mas a computação cognitiva ainda é incapaz de dar soluções para os nossos clientes. As PMEs precisam deste profissional.

Não é fácil, mas é necessário vender ao nosso cliente a relevância do nosso trabalho e este só compra aquilo que pode fazê-lo ganhar mais dinheiro. Também precisamos de uma boa dose de marketing, que pode até ser digital.

por Levi Gimenez

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