segunda-feira, 23 de novembro de 2015

23/11 Valorização profissional

Dois estudos produzidos por empresas especializadas em recrutamento – a Page Personnel e a Robert Half – confirmam a percepção do mercado quanto à valorização dos profissionais da área de Ciências Contábeis, que já havia sido apontada por um levantamento do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

“No ano passado, atingimos a marca de 500 mil profissionais no Brasil. E, paralelamente a esse crescimento, o curso de Ciências Contábeis ficou entre os mais procurados pelos estudantes de graduação, ocupando a quarta colocação no ranking do ano passado”, afirma José Martonio Alves Coelho, presidente do CFC.

Segundo levantamento da Page Personnel, em 2014 houve um incremento de 10% na contratação de analistas contábeis. O estudo aponta que essa continua sendo uma das vagas com maior procura.


Além do maior número de vagas, a profissão também registra bons índices de aumento salarial. O estudo Salary Guide, da Robert Half, mostra elevação de 13% na remuneração do cargo de analistas contábil/fiscal júnior, em 2015.


Essa valorização profissional vem crescendo desde a convergência brasileira às normas internacionais de contabilidade e auditoria e, também, por conta da evolução dos modelos de boa governança das companhias.

E ela se dá, com ainda maior intensidade, nas firmas de auditoria independente, porque a função de auditor é muito e specífica.

“Os jovens formados em Ciências Contábeis saem das faculdades preparados, basicamente, para exercer a função de contadores. São as firmas que os formam para atuar como auditores independentes, porque essa é uma atividade exclusiva da nossa área”, analisa Marcelo Sartori, diretor de Recursos Humanos da PwC.

Nesse contexto, a contabilidade e a auditoria independente fortalecem cada vez mais seu papel de áreas estratégicas para as companhias brasileiras.

Desenvolvendo talentos

Para as firmas de auditoria, que recebem centenas de jovens todos os anos em seus programas de trainees, a valorização profissional vai além da remuneração.

Esta é uma área que há muito investe no desenvolvimento de seus profissionais como um valor agregado na prestação de serviços aos clientes.

E não estamos falando apenas das gigantes globais. As Firmas de Auditoria de Pequeno e Médio Portes (FAPMP) também encaram o capital humano como um fator crítico para o sucesso do negócio.

As firmas de auditoria, tanto as grandes quanto as pequenas e médias, têm planos de carreira que permitem a ascensão a cargos mais elevados. Muitos sócios e diretores ingressaram nas firmas como trainees.

“Na nossa área, as possibilidades de crescimento são muito grandes. Em uma pequena firma, por exemplo, que conta com equipes menores, o profissional não fica restrito a trabalhar em uma única área. Ele se depara com várias situações que aceleram seu desenvolvimento e abrem portas para cargos mais elevados”, explica Paulo Cesar Peppe, sócio-fundador da Peppe Associados – Consultores & Auditores Independentes, que é membro do GT de Firmas de Auditoria de Pequeno e Médio Portes (FAPMP) do Ibracon e representa o Instituto na Comissão de Educação Profissional Continuada do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo (CRC-SP).

“O complexo ambiente fiscal e tributário demanda investimentos crescentes em desenvolvimento profissional e qualificação dos trainees, além de reforço na educação e atualização continuada das equipes”, analisa Enio De Biasi, da De Biasi Auditores Independentes.

Segundo ele, a firma investe não apenas em conhecimento técnico, como também realiza ações visando ao desenvolvimento de competências e habilidades comportamentais, que incluem gestão do trabalho em equipe, liderança e administração do tempo. Conhecimentos que são muito relevantes para a ascensão dos profissionais no plano de carreira das firmas.

“Temos uma visão bastante clara: estamos formando futuros encarregados, futuros gerentes e futuros sócios”, explica Cris Bonini, diretora de Gestão de Pessoas, Performance e Cultura da KPMG no Brasil.

Educação é área estratégica

A educação é cada vez mais relevante não apenas na formação de profissionais, como em todo o ciclo de atualizações necessárias ao longo de suas carreiras. Entre as firmas de auditoria, de todos os portes, essa relevância é clara quando se analisa o volume de seus investimentos.

O Programa de Educação Continuada do Ibracon desempenha um papel muito importante nesse cenário. O Instituto realiza, em suas sete Seções Regionais, cerca de 120 cursos, palestras, seminários e fóruns, dos quais participam mais de três mil profissionais anualmente.

“Há anos, o Ibracon é referência nacional no desenvolvimento profissional dos auditores independentes, como capacitador nato do Programa de Educação Profissional Continuada (PEPC), do Conselho Federal de Contabilidade (CFC)”, orgulha-se Idésio Coelho, presidente do Ibracon, lembrando que, a partir de 2016, a entidade passará a oferecer, também, uma grade de cursos especial para contadores preparadores de demonstrações contábeis.

Os cursos, alinhados com as normas de ensino da International Federation of Accountants (Ifac), são desenvolvidos para atender à grande demanda, tanto por parte de profissionais como também de estudantes de Ciências Contábeis.

“Nossa atuação em Educação Continuada é reconhecidamente essencial, principalmente para as Firmas de Auditoria de Pequeno e Médio Portes (FAPMP)”, finaliza Idésio Coelho.

Além da Educação Continuada do Ibracon, as firmas reforçam a qualificação de seus profissionais com programas internos.

“Nossa universidade corporativa, a Ernst & Young University (EYU), desempenha um papel essencial na busca pela excelência operacional, liderança de mercado, maximização dos investimentos em educação, aumento de qualidade dos serviços e, sobretudo, aceleramento do desenvolvimento profissional”, diz  Sergio Citeroni, sócio da EY, autor do livro Universidade corporativa: contribuições na formação de profissionais da área contábil no Brasil.

Ele avalia que o investimento em educação é de aproximadamente 5% da receita total da EY Brasil. “No ano fiscal de 2014, a EYU registrou 40.073 participações, entre presenciais e on-line, totalizando 292.817 horas de treinamento.

Os investimentos em atividades de capacitação somaram R$ 16,6 milhões no ano fiscal de 2014, com um aumento de 20% em relação ao período anterior”, conclui Citeroni.

Além da Deloitte Universidade Corporativa (DUC), a Deloitte também mantém um programa interno de formação. “São ações complementares. Contratamos em média 700 profissionais por ano. Os contadores e auditores ficam até três meses em treinamento antes de ir a campo. Todos recebem de 150 a 180 horas anuais de treinamento”, diz Vagner Alves, sócio da Deloitte.

A PwC desenvolve o programa de educação corporativa PwC Executive Education. “Queremos um auditor com a nossa cara e o PwC Executive Education nos garante isso. Ele trabalha a excelência técnica e o desenvolvimento de competências fundamentais para os nossos auditores, como liderança e relacionamento”, analisa Marcelo Sartori, diretor de Recursos Humanos da PwC.

A KPMG promove o desenvolvimento de seus profissionais por meio da KPMG Business School e também com parcerias com diversas universidades, totalizando 253 mil horas em treinamentos.

“Oferecemos um conjunto consistente de habilidades e competências contábeis e financeiras fundamentadas no profundo conhecimento do segmento de mercado de cada cliente. A auditoria vem passando por um processo de transformação e a KPMG Business School desenvolve os profissionais para estarem preparados para os desafios e mudanças”, explica Cris Bonini, diretora de Gestão de Pessoas, Performance e Cultura da KPMG no Brasil.

Mais atrativos

Além do contínuo investimento em desenvolvimento profissional, as firmas de auditoria de todos os portes também oferecem diversos outros atrativos, que variam desde subsídio para faculdades e cursos de idiomas até pós-graduação e MBA.

Muitas firmas participantes de redes globais contam, ainda, com programas de mobilidade que garantem períodos de experiência em escritórios de países de todos os continentes.

Fonte: Revista Transparência do Ibracon - Edição nº 19

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