segunda-feira, 28 de abril de 2014

28/04 Entraves burocráticos do setor

Os profissionais da contabilidade deixam de ser apenas cumpridores de obrigações fiscais para participar ativamente das decisões estratégicas das companhias. Mas, para tanto, muitos desafios precisam ser enfrentados.

A burocracia e as mudanças constantes na legislação tributária seguem como um dos principais entraves para o exercício da profissão, dizem os especialistas. "São inúmeras obrigações acessórias que surgem e que se modificam com muita frequência, obrigando os profissionais da contabilidade estarem sempre atualizados", diz o presidente do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo (Sindcont-SP), Jair Gomes de Araújo. "As dificuldades para o exercício da profissão seguem as mesmas das últimas décadas: as constantes alterações na legislação e os prazos curtos", concorda o presidente da Federação dos Contabilistas do Estado de São Paulo (Fecontesp), José de Souza.

Fisco

O presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), José Martonio Alves Coelho, comenta que uma das principais dificuldades para o profissional de contabilidade é atender às questões tributárias, especialmente no caso das pequenas empresas, que não têm departamentos específicos para tanta demanda. "São centenas de obrigações acessórias que devem ser entregues, e isso vale para as grandes companhias (que têm vários departamentos para atender às exigências fiscais), como para a pequena empresa", explica Martonio, ao afirmar que isso faz com que o contador deixe de exercer na plenitude a sua função para trabalhar para o Fisco.

"A redução no número de tributos é algo fundamental, porque o problema não é a contabilidade em si, mas a quantidade de obrigações que temos que atender, porque o sistema é antiquado", desabafa o presidente do CFC.

Cuidados constantes

E os cuidados na prestação de informações devem ser constantes, porque o profissional de contabilidade é solidário e corresponsável, com responsabilidade idêntica à do dono do capital. "Hoje estamos alimentados por tecnologia, os prazos são imediatos e os demonstrativos complexos, isso dificulta muito o trabalho do contador", comenta Martonio.

Eleições

Além destes desafios, os profissionais do setor também terão que se responsabilizar por toda prestação de contas das eleições deste ano. Isto porque essa prestação deverá ter a assinatura de um profissional de contabilidade. A novidade está na Resolução 23.406/14 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que dispõe sobre a arrecadação e os gastos de recursos por partidos políticos, candidatos e comitês financeiros. A norma é uma conquista da classe contábil, que desde a primeira eleição democrática luta pelo reconhecimento da importância do profissional de contabilidade no trâmite eleitoral.

"O entendimento do TSE vai aprimorar a transparência e reforçar o combate à corrupção. Será uma grande contribuição à Justiça Eleitoral, já que a prestação de contas seguirá um mesmo padrão em todo o País", ressalta o coordenador de desenvolvimento institucional do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Joaquim Bezerra Filho.

O coordenador explica ainda que, durante o processo, caso o contador identifique algum princípio de fraude, ou má condução de recursos, terá obrigação ética de orientar o candidato sobre o fato. E destaca que qualquer profissional que se envolva em um esquema de corrupção será punido.

Por Gilmara Santos

Fonte: DCI
Via IBRACON

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