quinta-feira, 11 de agosto de 2011

11/08 IFRS - Balanços estão mais transparentes



São 37 Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica (NBC TA) e uma Brasileira de Contabilidade Profissional do Auditor Independente (NBC PA) que estão convergidas ao padrão internacional.


O presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), 6ª Seção Regional, Sérgio Laurimar Fioravanti, explica que a auditoria passa a ter um conjunto de pronunciamentos técnicos que precisa ser seguido e esclarecido. Diante da necessidade de aperfeiçoamento, o Ibracon, em parceria com o Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRCRS), realizou diversos cursos e seminários provendo um ciclo de estudos para atualização dos profissionais.
A função do contador ganha maior destaque


Outro lado positivo das novas normas contábeis é que elas necessitam que o contador seja cada vez mais um agente ativo nas instituições. Para o consultor contábil Charles Tessmann, a IFRS provoca uma mudança de mentalidade deste profissional, que acaba sendo mais requisitado nas tomadas de decisões e mais valorizado.
Apesar disso, a nova modalidade também exige muito mais do contador que acaba, por exemplo, facilitando o trabalho do auditor fiscal pela clareza nas operações. De acordo com o vice-presidente técnico do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRC-RS), Antônio Carlos de Castro Palácios, a adaptação às regras internacionais foi bastante difícil. “A fase de susto já passou”, brinca Palácios, mas admite que os colegas não estavam e muitos ainda não estão preparados para todas as exigências provocadas pelos efeitos da globalização no universo contábil.


Após esses quatro anos de vigência da lei, Palácios acredita que 50% do mercado já consegue atender a demanda e reconhece que a outra metade ainda não confia nem acredita que as novas normas permaneçam por muito tempo.


Para preparar os profissionais, o CRC-RS disponibilizou treinamentos, palestras, seminários e convenções para tratar do tema. Hoje, de acordo com o vice-presidente técnico da entidade, o conselho está atuando junto aos profissionais da área contábil de forma a colaborar na “venda” dessa nova ideia aos empresários.
Banrisul publica primeiro balanço de acordo com as novas normas


O Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) publicou, no dia 30 de abril, seu primeiro balanço já dentro do padrão internacional. As mudanças no ativo e passivo e o detalhamento criterioso das operações fizeram com que o banco gaúcho investisse em qualificação dos seus 50 profissionais da área contábil. Na opinião do contador do banco, Werner Kohler, o novo modelo gera mais transparência e se adapta ao mercado mundial gerando uma mesma base de política contábil produzida em todos os países.


O ganho da padronização no caso das instituições financeiras, de acordo com Kohler, está na melhor avaliação das ações para os investidores. Além disso, as notas explicativas dos balanços exigem um detalhamento maior das operações com uma descrição completa dos riscos envolvidos em cada atividade, pois, conforme ele, hoje é preciso esclarecer como as instituições lidam com os riscos. “As notas explicativas dobraram de tamanho, o volume de informações também aumentou”, comenta.


Para o contador, a principal dificuldade encontrada na normatização foi na tradução do inglês, pois além dos conhecimentos contábeis foi preciso dominar a língua estrangeira, já que ela só foi traduzida recentemente. Além disso, explica que as mudanças foram além do conceito. “Para entender a nova contabilidade é necessário aplicar um julgamento em cada apuração”, observa.


Para que os contadores pudessem compreender melhor o novo formato de demonstração financeira, o Banrisul e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) trouxeram professores de outros estados para treinar os profissionais gaúchos. “Desde 2008 o Banrisul vem se preparando”, comenta Kohler, que vê neste momento mudanças muito positivas, pois elas são culturais e envolvem todas as aéreas gestoras de todas as instituições.


Fonte: Jornal do Comércio

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