segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

19/01 Impacto do auxílio-doença na formação do preço de venda

Periodicamente, é necessário revisar a estrutura de preços. Ao iniciar um novo ano, e com mudanças propostas pelo governo, no caso de 2015 especialmente em relação ao Auxílio-doença, tal revisão é ainda mais urgente.

Calcular corretamente o valor para a venda de mercadorias e serviços é essencial para saber se na comercialização, pelo preço oferecido, está havendo lucro. Definir o preço de venda sem metodologia clara, testada e aprovada induz o comerciante, industrial ou prestador de serviços em erro às vezes irremediável, além de arruinar o mercado.

No setor de serviços fica muito fácil formar e sugerir o preço de venda se a base for o tempo investido multiplicado pelo valor da hora, que deve ser calculado com muito critério. Naturalmente nos serviços que são incorporados materiais, caso da manutenção de equipamentos que demanda a reposição de peças, o cálculo é um pouco mais complexo, mas nada que não se resolva com um pouco de conhecimento em precificação.

A formação do preço de venda não é algo que deve ser feito somente no início da atividade, mas periodicamente, pois com o passar dos meses os ingredientes desta conta sofrem alterações, como os salários, gastos fixos, tributos, material etc.

Na virada deste ano uma medida imposta pelo Governo Federal causou expressivo impacto nos preços e talvez tenha passado despercebida de muita gente. Até fevereiro de 2015, o Auxílio-doença é concedido ao funcionário depois de 15 dias afastado do trabalho. Após será necessário 30 dias. Isto significa que as empresas arcarão, ao invés dos 15 dias, com 30 dias, sem que o funcionário esteja à sua disposição. Esta foi mais uma medida para resolver rombos resultantes da péssima administração do Governo, totalmente inapto para gerir negócios.

O impacto desta medida nos preços de venda ou da lucratividade é fatal, portanto é necessário refazer todas as contas para repassá-la ao preço. Aqueles empresários que não fazem cálculos acabam absorvendo sozinhos todo este prejuízo, enquanto outros procuram preservar a lucratividade mínima. Este método é tão natural como quando um comerciante adquire mercadoria com preço maior e o repassa aos consumidores. Quem não faz isto pode estar com os dias contados.

O peso da parcela do Auxílio-doença é diferente de uma empresa para outra e, portanto, deve ser calculado para que se saiba quanto é que ele representa na formação do preço de venda para a sua empresa. Aproveite este momento e revise sua estrutura de preços.

por Gilmar Duarte é contador, diretor do Grupo Dygran, autor do livro “Honorários Contábeis“, palestrante e membro da Copsec do Sescap/PR.

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