quinta-feira, 20 de julho de 2017

IPCA-15 recua 0,18% em julho, a menor taxa desde 1998

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do país, registrou em julho sua primeira deflação em quase sete anos. O índice caiu 0,18% no período, após ter avançado 0,16% em junho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A última taxa negativa havia sido registrada em agosto de 2010, quando a deflação foi de 0,05%. Considerando toda a série, é o índice mais baixo desde setembro de 1998 (-0,44%). 

Nos 12 meses encerrados em julho, o IPCA-15 desacelerou a alta para 2,78%, ante os 3,52% registrados no acumulado até junho. Trata-se da menor taxa para períodos de 12 meses desde março de 1999, quando o índice marcava 2,64%. No ano, a variação foi positiva em 1,44%. 

A leitura do indicador ficou distante da média apurada pelo Valor Data com 23 consultorias e instituições financeiras, de queda de 0,08% . O intervalo dessas estimativas ia de elevação de 0,06% a baixa de 0,15%. Para o acumulado em 12 meses, os analistas haviam previsto em média elevação de 2,87%. 

Com a resultado de julho, o IPCA-15 acumulado em 12 meses ficou abaixo do piso do sistema de metas de inflação, de 3% neste ano - a meta é de 4,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. A referência para o cumprimento da meta é IPCA “cheio” do mês - a principal diferença entre os índices é o período de coleta. 

Dos nove grupos de despesas acompanhados pelo IBGE, Alimentação e bebidas (-0,55%) e Transportes (-0,64%) aparecem novamente entre os principais motivos para a desaceleração da prévia da inflação oficial em julho. Responsável por um quarto das despesas da família, o grupo dos alimentos retirou 0,14 ponto percentual do IPCA-15. Já os transportes subtraíram 0,11 ponto percentual. 

A queda nos alimentos, influenciada pela baixa de preços da batata-inglesa (-19,07%), do tomate (-8,48%) e das frutas (-4%), foi ainda mais forte quando considerados os produtos comprados para consumo em casa, que chegaram a ficar 0,95% mais baratos. Em Transportes, a queda de 0,64% foi influenciada pelos preços dos combustíveis, que cederam 3,16%. O etanol teve baixa de 4,81%, enquanto o litro da gasolina passou a custar 2,98% a menos. 

A redução dos preços dos combustíveis abre espaço para a elevação de impostos sobre esses produtos, que deve ser anunciada hoje pelo governo. Ainda em Transportes, as passagens aéreas subiram 5,77%. 

Dez das 11 regiões pesquisadas pelo IBGE registraram deflação em julho pelo IPCA-15. Do total, sete acumulam em 12 meses inflação abaixo do piso do sistema de metas do governo, de 3% neste ano. 

São Paulo teve a maior deflação entre os locais avaliados. A região metropolitana registrou queda de 0,29% nos preços, variação influenciada pelo recuo dos preços dos combustíveis (-4,22%), com destaque para a gasolina (-3,85%) e o etanol (-5,88%). 

As outras regiões pesquisadas com deflação foram Salvador (-0,25%), Porto Alegre (-0,24%), Belém (-0,22%), Recife (-0,18%), Brasília (-0,13%), Rio de Janeiro (-0,13%), Fortaleza (-0,08%), Goiânia (0,06%) e Belo Horizonte (-0,05%). 

Curitiba foi a única região de cobertura do índice que apresentou resultado positivo (0,01%), em razão do reajuste nas tarifas de energia elétrica (3,38%), vigente desde 24 de junho deste ano.

Fonte: Valor

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