quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Influência da crise financeira de 2008 no conservadorismo contábil das empresas brasileiras"

Este artigo tem por objetivo verificar a influência da crise financeira de 2008 no conservadorismo contábil das empresas brasileiras de capital aberto, conforme o arranjo dos setores da economia e os níveis de governança corporativa as quais as mesmas pertencem. Para tanto, desenvolveu-se uma pesquisa descritiva, por meio de análise documental e com abordagem quantitativa de dados. A população da pesquisa compreendeu todas as empresas brasileiras listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa), sendo que a amostra utilizada para se alcançar o objetivo pretendido pelo estudo foi composta pelas organizações que possuíam todas as informações necessárias para o cálculo das variáveis do estudo (Lucro Líquido e Ativo Total) na base de dados Economática. Por fim, a amostra do estudo resultou em 245 organizações. Para fins de análise as empresas foram separadas pelo setor de atuação (Comércio, Construção, Energia Elétrica, Siderurgia e Metalurgia, Telecomunicações, Têxtil, Transporte e Serviços, Veículos e Peças e Outros) e pelo nível de governança corporativa ao qual pertencem (Cia. Balcão Org. Tradicional, Cia. Nível 1 de Governança Corporativa, Cia. Nível 2 de Governança Corporativa, Cia. Novo Mercado e NP = Não Possui), sendo realizadas regressões lineares múltiplas por meio do software Statistical Package for the Social Sciences® (SPSS) para se alcançar o objetivo pretendido pela pesquisa. Por meio dos resultados encontrados não foi possível concluir se a crise financeira de 2008 impactou de modo diferente o conservadorismo contábil conforme o nível de governança das empresas. Este fato ocorreu, pois o único segmento que evidenciou influencia negativa da crise no conservadorismo não apresentou significância nos resultados dos coeficientes para a análise dos resultados. Porém, os resultados sugeriram que a crise financeira de 2008 impactou de maneira diferente o conservadorismo contábil conforme os setores da economia. Isso se deve ao fato de que, em determinados setores, a crise influenciou o aumento do conservadorismo, enquanto em outros setores da economia a crise influenciou a diminuição do conservadorismo. Cabe-se destacar ainda os resultados encontrados no setor de Construção, uma vez que o mesmo antes do período de crise foi considerado o setor mais conservador e após a mesma ter ocorrido, as empresas pertencentes ao mesmo, apresentaram uma redução considerável no nível de conservadorismo. Por fim, os resultados permitiram sugerir que a crise financeira de 2008 influenciou no conservadorismo contábil na maioria das empresas brasileiras analisadas.

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por BRADLEI RICARDO MORETTI
BIANCA CECON
ROBERTO CARLOS KLANN

Fonte: CFC

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