quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

21/12 Revisar (e estruturar) é preciso


Turbulências financeiras, aumento da volatilidade da taxa de câmbio, pressão inflacionária e valorização acentuada de preços de ativos. Por esses e outros motivos, administrar uma organização é uma tarefa cada vez mais complexa, requerendo das empresas processos robustos e flexíveis, de forma a assegurar a antecipação, direcionamento e acompanhamento das atividades.
E isso é ainda mais necessário se considerarmos as mudanças estruturais em curso como a desaceleração da economia global causada pela lenta recuperação dos Estados Unidos e Europa e as oportunidades de negócio em expansão do Brasil em função da robustez econômica do país e a evolução do consumo interno. Além disso, a velocidade das mudanças na forma de gerir provocada pela necessidade de se competir de forma global e as atividades constantes de inovação tornam ainda mais complicados os processos de gestão.
Uma ferramenta bastante útil nesses casos é a revisão e estruturação de processos, que auxilia as organizações a terem a eficácia e eficiência necessárias, reduzindo seus custos e assegurando a sustentabilidade e perenidade empresarial. Com ela, os principais processos de negócio da empresa são revistos, tendo como foco a qualidade dos controles internos, com a consequente identificação, avaliação e mitigação dos riscos. Mas revisar e melhorar processos requer olho clínico e espírito crítico aguçados.
A primeira etapa consiste no entendimento do processo, seguido pela identificação dos riscos inerentes aos processos de negócio. O próximo passo é a análise da estrutura de controles e a definição das recomendações para melhoria. Por fim, a implementação dos novos procedimentos, controles e o fortalecimento dos  instrumentos de gestão.
A revisão, mapeamento (levantamento, identificação e descrição) e estruturação dos processos - ao menos os mais importantes - geram transparência, aceleram a avaliação de necessidades e relacionam informações mais acessíveis e rápidas para tomadas de decisões executivas.
Sem dúvida, um conhecimento melhor dos detalhes do seu funcionamento permite à empresa avaliar as melhores estratégias e ter mais condições de acertar na forma de trabalhar para atender seus clientes, fornecedores e sociedade. A revisão pode, por exemplo, revelar em que etapa há redundância de ações ou agregação de valor, redução de custos, e outras informações, indicando o que precisa ser eliminado, mantido ou potencializado.
É por isso que a revisão de processos vem sendo destacada por 76% das pequenas e médias empresas do país que mais cresceram no Brasil no último ano como a principal prática ou próximo passo para diminuir os custos, segundo um estudo recente da Deloitte, uma das maiores auditorias e consultorias do mundo, em parceria com a revista Exame PME.
Muitas pequenas empresas encerram suas atividades antes dos cinco anos de existência. Vários são os motivos que as levam a fechar as portas: falta de capital, dificuldade em obter financiamento, dificuldade em contratar mão de obra especializada. Porém, um dos principais fatores que provocam sua mortalidade é uma gestão ineficaz.
Por isso, a modernização da gestão empresarial no país, especialmente nas pequenas e médias empresas (PMEs) é necessária, pois elas continuam a crescer atingindo um alto nível de importância e criando uma grande dependência do Brasil em relação ao seu desempenho.
Atualmente, as PMEs somam mais de 5,5 milhões e representam 99% das empresas brasileiras. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, juntas elas são responsáveis por 20% do PIB e quase 70% dos empregos formais do país.
Hoje, no aspecto econômico, elas permitem uma grande geração de renda e consequente arrecadação de impostos aos cofres públicos. Já no aspecto social, as PMEs empregam grande parte da população economicamente ativa, gerando empregos e melhores condições de vida para uma grande parcela da população brasileira.
 por Alex Lelis Buzato Borges, responsável pela área de consultoria empresarial dos escritórios da Deloitte em Curitiba, Joinville e Porto Alegre.

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