sábado, 30 de junho de 2012

30/06 Sem corrupção, o brasileiro poderia ser até 27% mais rico


Dinheiro perdido poderia impulsionar atividade produtiva e gerar empregos


Propina, mensalão, superfaturamento, dinheiro na meia ou na cueca. Tudo isso faz o Brasil perder, por ano, entre R$ 41,5 bilhões e R$ 69,1 bilhões, segundo estudo do departamento de competitividade e tecnologia (Decomtec) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Numa escala de zero a 10 feita pela ONG Transparência Internacional - pela qual quanto menor a pontuação, maior é o índice de corrupção - o país tem 3,7 pontos. Se tivesse a mesma pontuação das nações menos corruptas (7,45), o brasileiro poderia ser 15,5% mais rico.


O levantamento mostra que, hoje, cada brasileiro recebe em média R$ 14,47 mil por ano, e passaria a receber R$ 16,71 mil, ou seja, 4,4 salários mínimos a mais. Se a corrupção não existisse, o aumento da renda per capita (R$ 18.388) seria de 27%, o equivalente a quase oito salários mínimos a mais.


"Se o nível de corrupção no país diminuísse, mais recursos seriam liberados para as atividades produtivas, o que poderia gerar mais empregos, mais infraestrutura e um maior crescimento econômico, o que se traduz em ganhos de competitividade", afirma o diretor do Decomtec, José Ricardo Roriz.


Na opinião do professor da área de administração pública do Ibmec, Miguel Augusto Barbosa Dianese, a produtividade é totalmente afetada, uma vez que os recursos desviados deixam de ser aplicados em melhorias para a população. Simulações feitas pela Fiesp mostram que, com os R$ 69,1 bilhões perdidos com a corrupção, o governo poderia ampliar o número de alunos matriculados na rede pública em 47%, ou elevar a quantidade de leitos para internação do SUS em 89%.


Dianese destaca que, quanto maior o índice de corrupção, pior fica a imagem do país no mercado internacional e menor será a captação de investimentos estrangeiros. De acordo com ele, uma das soluções para reduzir a ação de corruptos é acabar com a prática da carta-convite. Por esse modelo, em vez de realizar uma licitação, o governo tem a opção de convidar três empresas a apresentarem propostas para o serviço a ser contratado.


"É o gestor que escolhe quem convidar. Se fosse pelo processo de licitação, com a publicação de editais em jornais de grande circulação, a competitividade seria maior e seria mais fácil evitar favorecimentos", avalia.


Destaques
Veja quem ganhou e perdeu lugares no ranking, em relação a 2009:Cingapura: 3º para o 1º
Hong Kong: manteve o 2º
EUA: do 1º para o 3º
Suíça: manteve o 4º
Austrália: do 7º para o 5º
Suécia: manteve o 6º
Canadá: do 8º para 7º
Taiwan: do 23º para o 8º
Noruega: 11º para o 9º
Malásia: 18º para o 10º
Índia: 30º para o 31º
Brasil: do 40º para o 38º
Fonte: FDC
RANKING MUNDIAL
País é o 38º mais competitivo
Depois da turbulência causada pela crise econômica mundial, o Brasil está mais competitivo e subiu duas posições no ranking de Competitividade Mundial 2010, desenvolvido pelo International Institute for Management Development (IMD) em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC). Entre 58 países, o Brasil saltou da 40ª para a 38ª posição.


O professor da FDC Carlos Arruda, responsável pela captação e avaliação dos dados brasileiros, explica que o Brasil manteve a sua capacidade competitiva alavancada principalmente pelos avanços na produtividade empresarial e na geração do emprego, apesar de ter tido um declínio no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009.


A classificação é baseada em pesquisas com 331 indicadores quantitativos e qualitativos, agrupados em quatro fatores de competitividade – desenvolvimento econômico, eficiência governamental, eficiência de negócios e infraestrutura.


O Brasil ganhou três posições no pilar "eficiência dos negócios", passando para o 24º lugar. Na área de infraestrutura, perdeu três posições, voltando para o 49º lugar; na área de saúde, também três posições, ocupando o 40º lugar; e, na área de educação, duas posições, em 53º lugar. (QA)


por Queila Ariadne


Fonte: O Tempo

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