O Brasil é o País dos impostos. Isso todo mundo ouve falar desde criança. O problema é que esses tributos exagerados muitas vezes impedem os brasileiros de se alimentarem melhor.
A carga tributária incidente sobre os alimentos tem média de 27,5% do total do valor cobrado pelos produtos. O que significa um percentual muito mais alto do que o incidente em vários países desenvolvidos. Perde, por muito pouco, somente para a Suécia, com carga de 27,56%.
Isso acontece, segundo o presidente do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), João Eloi Olenike, porque a maior parte dos países de Primeiro Mundo desonera a produção alimentícia ou cobra taxas muito pequenas de seus fabricantes. "Em países como os Estados Unidos, o Estado também é produtor, então subsidia a produção, fornecendo sementes, por exemplo, o que acaba barateando muito os preços. Lá o raciocínio é: ninguém vai passar fome."
A carga tributária sobre os alimentos nos Estados Unidos é de 14,82%, semelhante à de Portugal, de 15,36%. Enquanto no Brasil 17,24% do valor pago pelo arroz e pelo feijão são impostos , nos Estados Unidos esse percentual cai para 10,12% e, em Portugal, para 11,30%.
Considerando as frutas e os legumes, a diferença é ainda maior. No País, 21,78% do preço vai para os cofres públicos. Nos Estados Unidos, apenas 10,12% e, em Portugal, 14,13%.
Questionado sobre um meio de fazer com que o governo federal desonere pelo menos os alimentos de primeira necessidade, Olenike diz que os consumidores têm de protestar. "O primeiro passo é entrar em contato com a entidade representativa de sua categoria para, então, chegar nos vereadores e deputados", afirma.
O economista-chefe da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Marcel Solimeo, compatilha da opinião e acrescenta: "é preciso pressionar o governo para que ele corte suas despesas, pois quando ele gasta muito, é o consumidor quem paga."
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