terça-feira, 10 de julho de 2018

Lavagem de dinheiro na área pública

Um dos maiores crimes do setor público é o que chamamos de “lavagem de dinheiro”. 

O que é isso? É quando alguém, ou um conjunto de pessoas tomam dinheiro de forma ilícita, vinda dos cofres fiscais, dinheiro do povo, proveniente dos tributos que nós trabalhadores pagamos.

Como é proibido e ilegal, NÃO HÁ DOCUMENTO FISCAL. 

Todavia a PROVA SEMPRE EXISTE na existência ou oculta dos bens ou mesmo na disposição de enriquecimento ilícito.

Quando alguém procede a este crime, mesmo se caso não tiver enriquecido, mas foi usado apenas como massa de manobra, chamamos este individuo, que pode ser uma pessoa jurídica de LARANJA.

Quando que isso acontece em empresas jurídicas? Quando se abre empresas para que elas possam competir em FALSAS LICITAÇÕES. Às vezes até se precisa dos bens negociados nas licitações, todavia, o valor é superestimado, e o dinheiro de diferença é dividido na empresa, pelos membros do partido, ou da “panela” política.

Outras vezes as empresas só EXISTEM NO PAPEL, elas são as LARANJAS, que se chupa e joga fora, e os seus empresários totalmente fajutos.

A cor do dinheiro é a mesma, e quem se enriquece geralmente é alguém com aquele discurso bonito, mas no fundo é mais um ladrão, corrupto, sem moral, que acha que tem direito de roubar dinheiro do povo.

O que é muito comum, são laranjas na forma de pessoa física.

O dinheiro da lavagem aparece na conta de uma pessoa que não tem nada haver até com a família, pode ser um colega ligado ao partido, ou mesmo da falsa amizade do laranja.

A lavagem de dinheiro pode existir na área privada, mas geralmente com acordos com membros da área pública, isto é, acordos de licitações, convites para participar das gestões falsas, para participar de secretárias e coisas desse tipo.

Alguns o fazem em nome das ideologias, e consideram-se superinteligentes, quando no fundo são personagens sem inteligência.  

Os acordos neste sentido ultrapassam a qualquer princípio moral. Existem até os casos de loucura. 

É interessante que o discurso contra a riqueza vale pra todo mundo, mas na hora de se enriquecer, ou beneficiar a panelinha, o partido, os deuses deles e outras coisas mais, não há discurso contra um empresário e nem contra a riqueza, porque eles estão enriquecendo. Quer dizer, você tem que seguir o que eles querem, embora sejam todos mentirosos e não seguem nada do que eles mesmos falam.

Você não pode ter riqueza, e se você trabalha é corrupto. Mas eles... Eles podem até roubar! Com que direito? Está no esquema de corrupção, ser de uma ideologia, ser de um partido, assinar um acordo com sangue, e besteiras desse tipo que só cabe na cabeça dos alienados.

Por outro lado, em prefeituras é muito comum a lavagem de dinheiro, quando alguém recebe grandes volumes sem nota fiscal. Ou se emite empenhos sem a justa quantia, com base em NOTAS FRIAS.

Porém, o comum nos crimes de lavagem é que AS SAÍDAS FINANCEIRAS NÃO TEM COMPROVANTE NORMAL.

Quando você compra uma televisão, você recebe a duplicata para pagar, e ainda a nota fiscal. Quando compra um carro, você recebe o carnê, mais a nota fiscal.

Todas as operações LEGAIS E NORMAIS tem documento normal, mas as ILEGAIS, FRAUDULENTAS, E CRIMINOSAS NÃO.

Nos casos de lavagem de dinheiro não há documentos utilizados, sempre há a saída do numerário de modo livre.

Por isso dizemos “lavagem” é uma sangria dos cofres públicos de modo INADEQUADO.

É o chamado CRIME DA MALA PRETA, esta cheia do dinheiro.

A prova é que HÁ A SAÍDA, SEM DOCUMENTO LEGAL.

Interessante, nas justificativas em audiências de crimes desse tipo, as pessoas sempre se justificam: “eu peguei de fulano de tal tantos mil”. Ora, fica somente no vazio o discurso, se você pegou tem que ter uma nota de modo legal. O fulano vai falar que não deu os tantos mil. Então fica o juiz num impasse. Ele só poderá decidir com base em documentos extra-contábeis e extra-jurídicos, isto é, e-mails, relatórios, confissões, delações, e coisas desse tipo. O crime de lavagem fiscal é o mais difícil de ter-se bases para incriminar, porque NATURALMENTE ELE NÃO TEM DOCUMENTOS.

Quando é que se percebe que alguém realmente foi beneficiado no setor público, por lavagem de dinheiro? Simples. Verifique a situação patrimonial da pessoa. Ela mora bem? Ele tem filhos estudando a custa do suposto trabalho dela? Como ela se veste? Ela se justifica sempre? O que ela faz na vida para ter um custo de vida tão alto? Com certeza é um pequeno paraíso fiscal que ele fez com uma conta de alguém. Em casos extremos até o juiz manda que uma comarca especializada em crimes patrimoniais, faça o levantamento de todos os parentes. Mesmo assim tem muita ocultação de riqueza.

O crime é chamado também da “mala preta”, a pessoa vai num banco pega duzentos, trezentos, e mais um tanto, e depois sai distribuindo em forma de “gorjeta”, alguns que são contra bancos e com razão, guardam a grana no colchão! Está justificado. E dá-lhe colchão para guardar tanto dinheiro de modo fraudulento.

A lavagem de dinheiro é base para o patrimônio oculto. O que é isso? Aquele que não foi declarado ou não será declarado por questões estratégicas para não mostrar o roubo.

No caso, por exemplo, da lava-jato os crimes derivados de julgamento do ex-presidente do Brasil, sem dúvida vieram de lavagem e geraram patrimônio ocultos. As pessoas dizem que não há provas, todavia, ninguém estudou a matéria pericial, especialmente quem diz isso pois o crime de patrimônio oculto derivado da lavagem de dinheiro NÃO TEM DOCUMENTO FORMAL ele foi dado por saída de capital, sem uma comprovação normal, e portanto não está no nome do laranja, porém, foi derivado a ele por questões ilícitas.

No Brasil tem justificativa pra tudo, até para o roubo dos mais pobres, imagine se este dinheiro fosse dado realmente para as causas sociais, acho que não teria ninguém passando fome, pois, hoje o que tem de gente passando fome por causa, daqueles que roubam e dizem ser contra a miséria e no fundo são ricos com patrimônio oculto, não é pouca quantidade.

Rodrigo Antonio Chaves Silva é contador, especialista em gestão econômica das empresas, Professor universitário, perito judicial, consultor, analista e auditor, ganhador do prêmio internacional de contabilidade financeira Luiz Chaves de Almeida, e de história da contabilidade Martim Noel Monteiro, imortal da academia mineira de ciências contábeis, e possui 20 livros escritos.

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