quarta-feira, 11 de julho de 2018

As relações lógicas exógenas e o fenômeno patrimonial – O caso da greve dos caminhoneiros

A sociedade demorou anos para manter o sistema de administração da riqueza que conhecemos. A doutrina aziendalista começa no empirismo, e a cultura em torno desse fenômeno se forma a partir de 1926 na Itália com Gino Zappa. O princípio aziendal diz que toda a sociedade para existir materialmente teve ter células em constantes interligações, e logo estas formam a economia geral, por isso o nome de economia aziendal.

O neopatrimonialismo também se embasou no conceito aziendal, visto que uma das bases além de Zappa foi Besta que comentava abrindo sua obra: “o mundo das coisas é observado no ângulo das aziendas”. Ou seja, a família é uma azienda, a empresa o é, e o Estado também. Todas estão em interligação.

Para o neopatrimonialismo o fenômeno patrimonial acontece no entorno aziendal, e logo, dentro e fora dos continentes da célula social, aqui temos o interno e o externo.

O ambiente externo não pode ser controlado totalmente pela administração, ela só o pode fazer nos limites da técnica e da patrimonialização. Há casos de influência externa que são impossíveis de serem resolvidos inteiramente ou mesmo minimamente pela gestão aziendal ou patrimonial.

A razão que compreende os meios ambientes externos são chamadas de exógenas. Tudo o que vem “de fora” da azienda é pois externo, e provindo da economia, do meio ambiente ou da sociedade.

O caso interessante de dano patrimonial e econômico, provindo da relação exógena, foi a greve dos caminhoneiros.

A logística do suprimento econômico vem do meio rodoviário. Se ele parar acontecem fenômenos patrimoniais que são incontroláveis. Para nós contadores não interessaria o estudo do ambiente em si, mas ele como causa agente dos acontecimentos que interferem no patrimônio.

As consequências não são apenas patrimoniais, mas econômicas e sociais.

Como pode dedutivamente uma ação geral vir a gerar um transtorno tão grande? Isso é explicado pela linha aziendalista que se encaixa na relação exógena do patrimônio.

Primeiro, temos a greve dos caminhoneiros, que levarão remédios, combustíveis, água, alimento, tecnologia, e tudo o que a sociedade precisa.

Nisto falta alimento, remédio, recursos, tecnologia, devido a greve.

Os preços então começam a aumentar porque as unidades, e a demanda do mercado cresce desproporcionalmente à quantidade dos produtos no mercado.

Crescendo os preços temos muito mais inflação. E com isso, uma alteração grave dos recursos.

Os supermercados, e suprimentos de logísticas passam a ter capital parado.

A perda é por hora e por dia, logo, o prejuízo da nação, por conta do afetamento das aziendas é inestimável, entrando até no caso de Lucros cessantes.

Segundo informações atuais, a parada dos caminhoneiros gerou um prejuízo de mais de 15 bilhões no mercado, fora as consequências nas bolsas.

Os danos sociais são maiores, porque as consequências podem gerar até Estados de sitio, guerras internas e aumentos de violência.

Demos um exemplo, se caso a polícia não tiver combustível para se locomover, consequentemente os marginais vão agir mais, numa cidade de distritos e com distâncias grandes será impossível fazer policiamento, aumenta-se o número de crimes.

Consequentemente, se tivermos menos suprimento de remédios teremos logo, hospitais sem os mesmos elementos, o que prejudicará os doentes, os que farão cirurgias, e as emergências. Muita gente pode vir a morrer por isso.

As escolas e faculdades param, porque não há uma logística de transporte adequada, e logo, não haverá a manutenção do sistema social pelo sistema econômico.

Podemos dizer que tudo é economia, a riqueza faz parte da vida do homem, tudo é azienda, tudo é célula social, no mundo material tudo é patrimônio, gerar consequências nestes fenômenos é prejudicar a vida humana.

Só que a condição que estamos da greve vem de “fora para dentro”. Se na visão aziendalista todas as células são interligadas na produção econômica da sociedade, e o social só se faz com empresas, obviamente uma decisão da azienda maior que é a pública pode afetar todas as empresas e famílias. Logo, a causa é dedutiva e não indutiva, gerando fenômenos patrimoniais irreversíveis.

O Brasil se endividou, tendo prejuízo a cada dia que aconteceu a greve. A improdutividade do sistema parado da economia gera transtornos sociais diretos e evidentes. Destruir a economia, fechar a economia, e transformá-la num círculo torto é prejudicar os seres que dela precisam.

A causa disso sem dúvida é o MONOPÓLIO ESTATAL, no Brasil temos muito Estado e poucas empresas, então, temos MUITO ESTADO e pouca liberdade de mercado, MUITA TRIBUTAÇÃO e pouco desenvolvimento. A política pública é feita para dar prejuízo. Os hospitais fechados, as escolas caindo culturalmente tudo pela política do caos e da desordem. Estamos gerando até em níveis de barbárie em regiões que faltam recursos econômicos.

Logo, é uma causa dedutiva porque não há concorrência de preços da gasolina, e do combustível em geral, com isso teremos mais problemas nas aziendas, problemas sociais como dissemos, em cada empresas retração das vendas, sendo um caso claro que a relação exógena pode ser mais importante na prosperidade do capital, que muitas vezes a gestão interna.

Todo monopólio gera preços inflacionados, e o nosso governo incompetente está sendo campeão de fazer isso desde a criação da empresa de Petróleo, quebram o Estado, aumentam os tributos, surrupiam a propriedade privada, e depois se apresentam como salvadores da pátria da nação. Não seria melhor termos mais empresas, e mais concorrência para redução dos preços, do que termos estatismo, e administração marxista com progressão taxativa dos preços? É o pior modelo econômico do mundo, que existe no Brasil e em toda América Latina.

Rodrigo Antonio Chaves Silva é contador, especialista em gestão econômica das empresas, Professor universitário, perito judicial, consultor, analista e auditor, ganhador do prêmio internacional de contabilidade financeira Luiz Chaves de Almeida, e de história da contabilidade Martim Noel Monteiro, imortal da academia mineira de ciências contábeis, e possui 20 livros escritos.

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